O ex-ministro da Justiça Tarso Genro mostrou-se disposto a aceitar que a virtual candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, suba ao palanque de José Fogaça (PMDB), com quem vai disputar o governo do Rio Grande do Sul neste ano.
“Quanto mais palanques a nossa candidata tiver, melhor”, afirmou, ao desembarcar no Aeroporto Salgado Filho, poucas horas depois de deixar o governo federal. “A eleição nacional é decisiva para que o projeto representando pelo presidente Lula continue”, justificou.
Segundo Tarso, o PT gaúcho não se sente constrangido pelo assédio dos articuladores da campanha de Dilma ao prefeito de Porto Alegre. “É bom que minha candidata à presidência amplie seu apoio aqui no Estado”, reiterou, tentando marcar diferenças entre as disputas nacional e local.
“Isso não muda nosso comportamento, nossa visão crítica a respeito do governo do Estado e das cidades; críticas que faremos nos momentos oportunos e de forma elevada”.
Por conta da possível aliança nacional com o PMDB, o PT passou a pressionar Fogaça a apoiar Dilma. O prefeito chegou a dizer que a linha que o partido adotar terá de ser a mesma no Estado e no País, mas ressalvou que, por enquanto, a orientação dos peemedebistas gaúchos é pela candidatura própria à presidência da República.
Recebido em clima de campanha por cerca de 200 pessoas, Tarso sustentou ser o candidato do presidente Lula. “Ele me disse isso quando me despedi dele”, narrou.
O ex-ministro afirmou que mesmo que a divisão do palanque com Dilma, pelos adversários, soa como reconhecimento deles ao governo de Lula e até mesmo a quem esteve na equipe presidencial, como ele próprio.
“Eu tenho como diferenciação o fato de ter trabalhado por sete anos num governo que tem 82% de aprovação da população e ter sido gestor na cidade e de pastas importantes do governo Lula”, destacou.