São Paulo – O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu na noite dessa sexta-feira (31) que o país busque um mecanismo de revisão da Constituição para realizar a reforma política. O ministro ressaltou, no entanto, que a convocação de uma revisão constitucional deve ser feita apenas se baseada em decisão do Congresso Nacional e com amplo apoio político, inclusive de setores da oposição.

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?O que eu acho que é mais urgente para esse país tratar é a reforma política. Para mim, a grande tarefa do próximo período é buscar mecanismo de revisão constitucional, de reforma constitucional e, eventualmente, de convocação de uma estrutura específica constitucional para discutir a reforma política?, disse Tarso, logo após a abertura do terceiro Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT), em São Paulo.

Tarso disse que não se manifestaria sobre a sugestão do presidente do PT, Ricardo Berzoini, de levantar um debate interno no partido sobre a unicameralidade [sistema de representação política em que há somente uma câmara legislativa] do Congresso Nacional. Para o ministro, há outros pontos da Constituição a serem debatidos com mais profundidade.

?Não é a opinião do presidente [do partido] que tem que ser discutida. Essa questão da unicameralidade na democracia já é uma questão antiga, é um debate antigo. Nós estamos sob a égide da Constituição de 88 e, na minha opinião, não tiramos ainda o que ela tem de melhor, que é o aprofundamento da função republicana do Estado, que é o cumprimento dos mandamentos de integração e de coesão social de combate à desigualdade do país?, disse.

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Sobre a aceitação das denúncias pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra todos os 40 acusados no caso do mensalão,  Tarso reafirmou que a decisão mostra que as instituições estão funcionando regularmente e que as pessoas acusadas estão podendo exercer o direito de defesa.

?Agora, o devido processo legal vai chegar a termo e vai dizer quem tem ou não responsabilidade. Nós não podemos entender a denúncia como condenação, a denúncia é apenas um ponto de partida da verificação de culpa. Acho que o Supremo trabalhou de maneira adequada, democrática, todos tiveram o direito de defesa, e agora o processo vai se desenvolver normalmente?, disse.

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Tarso afirmou ainda que não via nenhum constrangimento na participação dos acusados do mensalão no Congresso do PT. Para ele, os acusados, filiados ao partido, estão em situação de legalidade e tem direito de participação.

"Não há nenhum constrangimento, é um direito as pessoas participarem. Os acusados de mensalão são membros do partido, não foram punidos, então eles têm direito de estar aqui no congresso?, disse.