A Polícia Federal (PF) não faz prisões desnecessárias, afirmou nesta quinta-feira (10) o ministro da Justiça, Tarso Genro, ao comentar a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de conceder, na noite de ontem, habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas.
Tarso, no entanto, evitou críticas a Gilmar Mendes e voltou a elogiar a atuação da PF na Operação Satiagraha. "O fato de ter concedido o habeas corpus faz parte do processo jurídico, apreciado pelo ministro Gilmar Mendes e temos que prestigiar", disse.
"Não temos nenhum juízo negativo e nem podemos expor qualquer juízo a respeito de um ato independente do Poder (Judiciário). Agora, o resultado concreto da operação é que a quadrilha foi desmantelada e os prejuízos ao país foram neutralizados", completou o ministro.
Tarso Genro ressaltou que, quando a PF prende, é porque tem um objetivo. "Objetivo de salvar ou guardar documentos para o processo probatório, impedir que a pessoa interfira no processo de inquérito ou então para fazer a contraposição de depoimentos", argumentou.
"Por isso que a Polícia Federal prende, ela não prende sem necessidade. E essas prisões inclusive não são arbitrárias, são uma articulação da Polícia Federal com o Ministério Público e inclusive com a própria Justiça", completou o ministro.
Tarso Genro negou ainda que a PF sofra interferências políticas e que o órgão esteja dividido. "Não há nenhuma divisão na Polícia Federal. A Polícia Federal tem um comando firme, uma direção unitária, as operações são feitas de maneira absolutamente adequadas e revisadas pela própria Direção-Geral (da PF). Se qualquer desvio for cometido, esse desvio também é investigado pela Corregedoria", afirmou.
O ministro participou nesta quinta-feira da abertura da 3ª Reunião de Chefes de Polícia da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Brasília.