Pré-candidato do PT, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que não vai levar para a campanha ao governo do Rio Grande do Sul as denúncias contra a governadora Yeda Crusius (PSDB), acusada de ser beneficiária de uma fraude que desviou R$ 44 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) gaúcho. “Essa questão da corrupção, em primeiro lugar, ela certamente não vai estar julgada na oportunidade”, disse. “Não vou tratar desta questão da corrupção porque eu não creio que é correto a gente se arvorar a juiz de alguém antes das sentenças terem estabilidade de trânsito em julgado.”

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Tarso, que hoje proferiu uma aula magna na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirmou que espera que a crise não influa no debate eleitoral, que para ele deve versar sobre um programa de redenção econômica e o retorno da estabilidade política no Estado. O Ministério Público Federal (MPF) move ação contra Yeda e mais oito suspeitos de envolvimento com a fraude no Detran. Segundo a denúncia, “lobistas e prestamistas entregavam parte dos recursos financeiros escoados do erário aos gestores públicos responsáveis pelas contratações e outras personalidades políticas”. O órgão pediu o afastamento da governadora, mas a liminar foi negada na segunda-feira.

O ministro voltou a negar qualquer ingerência, com intuito político, nas investigações da Polícia Federal (PF) que desmantelou o suposto esquema de desvio de recursos públicos no Detran. Ele afirmou que considera compreensível que a governadora, “acuada”, tenha sugerido seu envolvimento. “Nunca manifestei nenhum juízo jurídico nem penal sobre a situação do Rio Grande do Sul pelo fato de que a Polícia Federal está sob minha jurisdição. Ocorre que a Polícia Federal investiga corrupção em todo território nacional”, disse. “Como ministro da Justiça não devo manifestar opinião. Eu nem sei se a ministra é culpada ou inocente.

Saída

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Disposto a deixar o governo no início de janeiro, Tarso disse que pretende antecipar sua desincompatibilização para descansar, aprofundar os estudos sobre o Estado e passar pelo menos um mês em viagens ao interior. “Não se faz política no Rio Grande do Sul somente na grande região metropolitana”, afirmou ele, destacando que a decisão está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Se ele concordar, eu saio no começo de janeiro”, disse. “Mas se o presidente quiser que eu fique até março, eu fico.”