O prefeito diz que busca maior integração da equipe. |
O prefeito de Curitiba Cássio Taniguchi (PFL) deu início ontem à reforma do secretariado, que estava sendo aguardada desde o final do ano passado. Das 26 secretarias, nove passam a ter novos titulares, sendo que três foram reaproveitados da equipe do governador Jaime Lerner (PFL). Os novos secretários devem tomar posse na início da semana que vem.
“Tenho falado desde o ano passado que pretendia fazer mudanças, porque estava procurando uma maior integração da equipe. Em seis anos de governo, fazer reformas é normal”, afirmou Taniguchi. O prefeito não considerou a troca de secretários grandes. “No meio de 26 a mudança atinge apenas um terço, mas foi mais do que eu pensava. Mudanças são formas de se fazer ajustes”, disse.
Segundo Taniguchi, não houve pressões para que ex-secretários do governo Lerner assumissem cargos municipais. “Estas pessoas foram escolhidas em função de características técnicas, não houve pedidos nem pressões”, garantiu. De acordo com o prefeito, ainda serão feitas alterações no segundo escalão. “Mas são mudanças normais, que acontecem com grande freqüência. Falta também definir o novo secretário de governo”, adiantou. Atualmente a pasta é ocupada por Benone Constante Manfrin.
Apesar da reforma, Taniguchi afirmou que na prática não deve ocorrer nenhuma alteração. “Não deve mudar muito, e o foco da administração continua sendo em função da capital social”. Quanto aos funcionários da Prefeitura que estavam ?emprestados? para o governo estadual, o prefeito disse que grande parte será reaproveitada. “Dos cerca de cem funcionários a maioria, mais ou menos oitenta, já foram relocados para seus órgãos de origem”, contou. “Esta recomposição não visa ao fortalecimento desta ou daquela secretaria isoladamente, mas sim a integração das equipes por um resultado ainda melhor para a cidade”, afirmou.
Mudança da equipe
Do governo Lerner assume Deonilson Roldo, ex-secretário de comunicação estadual, no lugar de Fabiano Braga Côrtes Júnior, na Secretaria de Comunicação Social; José Antônio Andrighetto, ex-secretário do meio ambiente, no lugar de Ibson Martins de Campos, na Secretaria Municipal do Meio Ambiente; e Maurício Ferrante, ex-procurador jurídico do DER, no lugar de Luiz Carlos Caldas, na Procuradoria Geral do município. Roldo e Andrighetto comandarão em nível municipal mesmas secretarias que ocupavam no Estado.
Carlos Alberto Carvalho sai da chefia de gabinete para assumir a Secretaria Municipal da Administração. Em seu lugar toma posse Luiz Malucelli Neto. Na Secretaria da Agricultura e Abastecimento sai Delmo de Almeida Filho para a entrada de Ubirajara Schreiber. Na Secretaria do Esporte e Lazer, Juliano Borghetti passa a ocupar o lugar de Fernando Guedes. E na Secretaria de Recursos Humanos, entra Marisa Cardoso Marés de Souza em substituição a Carlos Homero Giacominni.
Líder do PT critica reforma
O líder do PT na Câmara Municipal, vereador Adenival Gomes, acusou ontem Cassio Taniguchi de estar criando o que ele define como um “trem da alegra” na Prefeitura de Curitiba. Segundo ele, para acomodar aliados exonerados pelo ex-governador Jaime Lerner, Taniguchi estaria empenhado em criar novas funções gratificadas na administração pública municipal.
Ontem, Gomes lembrou que o próprio Taniguchi admitiu que vai criar “novos postos” na Prefeitura de Curitiba. “Depois destas declarações, o prefeito precisa voltar a público para esclarecer quais são de fato as suas intenções”, afirma o vereador. “A primeira pergunta a ser esclarecida é se os funcionários em questão são concursados, e estariam cedidos pela prefeitura ao governo do Estado, ou se são pessoas alheias à administração pública municipal.”
De acordo com o líder do PT, o objetivo aparente seria a acomodação do grupo político de Jaime Lerner. No final de dezembro, mais de três mil funcionários de confiança do ex-governador tiveram de deixar seus cargos. No caso de eles terem passado por concurso público, retornam à prefeitura, mas sem a gratificação paga pelo governo do Estado. Caso sejam novos funcionários, o ingresso na prefeitura dependeria da criação de novos cargos. Em ambas as situações é possível que a prefeitura tente manter antigos privilégios.