A nomeação mais polêmica no primeiro escalão do governo Beto Richa (PSDB) continua rendendo embaraços ao novo governador. Com cargo direto no Conselho Administrativo da Agência de Fomento do Paraná, o secretário de Planejamento, Cassio Taniguchi (DEM) teria sido vetado para a função pelo Banco Central do Brasil (BC), que analisa todas as indicações para a agência, que, com um ativo superior a R$ 1 bilhão, é responsável pela viabilização de políticas públicas para o desenvolvimento do Estado.

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A informação não foi confirmada pelo BC, que, através da assessoria de imprensa, informou que não divulga nomes vetados, mas foi antecipada por ex-membros da Agência e reforçada pelo edital de investidura no cargo em que não consta o nome do secretário.

Pelo estatuto da Agência, o Conselho Administrativo é composto por dez integrantes: o presidente (Juraci Barbosa Sobrinho), nomeado pelo governador, os secretários de Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio, Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Urbano, e representantes das federações da Indústria, Agricultura e Comércio.

Enquanto os secretários Luiz Carlos Hauly (fazenda), Norberto Ortigara (Agricultura) e César Silvestri (Desenvolvimento Urbano) estão confirmados no Conselho, Cassio não aparece. Em sua vaga consta um diretor de sua pasta, Paulo Henrique Carrano Santos (DEM), que foi secretário de Cássio na Prefeitura de Curitiba.

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Outros dois secretários também não assumirão o conselho de Agência de Fomento: Luiz Cláudio Romanelli (Trabalho) e Ricardo Barros (Indústria e Comércio).

Romanelli disse que não teve problemas com o Banco Central, apesar de uma ressalva do Banco quanto a seu nome, mas preferiu indicar seu diretor-geral, Iram de Rezende.

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Barros também indicou um funcionário da secretaria, Rui Fonsatti Junior. O Banco Central também teria levantado ressalva ao nome do ex-deputado, mas não vetou sua nomeação.

A nomeação de Taniguchi por Beto foi considerada polêmica não só pelo rompimento dos dois, quando o tucano sucedeu Cassio Taniguchi na prefeitura de Curitiba, mas pelos problemas jurídicos envolvendo o ex-prefeito.

Taniguchi foi condenado por crime de responsabilidade pelo STF, por desvio de finalidade do dinheiro público, escapando da pena apenas porque já havia prescrito quando da condenação, e foi secretário do governo José Roberto Arruda (DEM), que chegou a ser preso por corrupção no Distrito Federal.

Há uma semana, Taniguchi disse o Paraná Online que sua condenação, que considera injusta, não o enquadrava como ficha suja e que não teve nenhuma relação com os escândalos de Brasília. Ontem, a reportagem não conseguiu contato com o secretário.