Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, o ex-agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Francisco Ambrósio autorizou a quebra de seus sigilos telefônico, bancário e fiscal desde 1998, ano em que se aposentou. Segundo a Agência Brasil, Ambrósio quer provar que ele não teve nenhuma outra fonte de renda no período. “Me disponho a abrir meu sigilo bancário e fiscal para que essa comissão fique tranqüila e com a absoluta verdade de que nesses dez anos não desempenhei nenhum tipo de atividade remuneratória.
O ex-agente voltou a negar participação no grampo ilegal de autoridades – inclusive do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) -, que teria sido pedido pelo delegado da Polícia Federal (PF), Protógenes Queiroz, chefe da Operação Satiagraha. Ambrósio afirmou que foi contratado pelo delegado apenas para fazer uma triagem de e-mails em um Disco Rígido (HD) de um computador apreendido pela PF.
“Não participei de qualquer escuta telefônica legal ou ilegal”, afirmou. O ex-agente da Abin disse que recebeu, durante um semestre, R$ 1,5 mil por mês pelo serviço e assinou recibo pelo pagamento. Segundo ele, os recursos eram da própria Satiagraha, operação que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito da capital paulista Celso Pitta, entre outros. No depoimento, o ex-agente também contou que conheceu Protógenes por meio de um amigo em comum.