Suplicy: Lula deveria debater direitos humanos com Fidel

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse hoje, em discurso no plenário do Senado, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria falar ao presidente de Cuba, Raul Castro, e ao ex-presidente, Fidel Castro, sobre “se respeitar os direitos humanos, se respeitar as liberdades democráticas, sobretudo as liberdades de expressão em todo e qualquer País”.

O presidente Lula, que recentemente esteve em Cuba ao lado dos líderes da revolução cubana, que estão no poder há 50 anos, pediu, ontem, respeito às determinações da Justiça daquele país nos casos relacionados à detenção de opositores ao governo. Lula também classificou como “insanidade” a prática da greve de fome por parte de presos políticos, como fez o preso político cubano Zapata Tamayo, que morreu após passar 85 dias sem comer, um dia antes da visita de Lula a Cuba.

“Greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para libertar pessoas. Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem libertação”, comparou o presidente, que no dia da visita aos irmãos Castro preferiu silenciar-se sobre o morte de Zapata.

Na função de líder do PT, uma vez que Aloizio Mercadante (PT-SP), dono do cargo, está em licença médica, Suplicy citou em seu discurso nomes como Mahatma Gandhi, Martin Luther King e Nelson Mandela como exemplos de líderes mundiais que “realizaram greves de fome para alcançarem objetivos importantes na história dos povos”. E, apesar de ter evitado comentar de forma mais direta as declarações do presidente, ressaltou que, nos documentos de fundação do PT, está registrado que o partido lutaria pela “extinção de todos os mecanismos ditatoriais que reprimem e ameaçam a maioria da sociedade”.

“Eu acho que vossa excelência deveria pedir ao presidente Lula – e eu posso até me colocar à disposição para fazer isso, assim como os presidentes amigos de Cuba – que peça aos irmãos Castro, ao Fidel e ao Raul, que façam a abertura democrática em Cuba. Não há país no mundo que resista a 50 anos de ditadura”, completou o senador Valdir Raupp (PMDB-RR).

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