O atual superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Airton Maron, disse, nesta quarta-feira, em depoimento à CPI dos Portos, que pretende privatizar o Terminal Público de Álcool e o Terminal Público de Fertilizantes, construídos no governo Requião, mas que não estão operando por problemas técnicos e junto à Receita Federal. Maron disse que a Appa vem estudando a proposta desde o início do ano e deve lançar a licitação nos primeiros meses de 2012.
“O Terminal de Álcool, assim como o de fertilizantes, foi feito na contramão da história, que é a administração do porto sair da operação e deixar tudo para os privados. No País inteiro é assim: a operação é privada e a administração, gestão do porto, pública, e disso, não abrimos mão”, disse o superintendente.
Os terminais foram construídos pelo governo passado, ao custo total de R$ 29 milhões, com a alegação de possibilitar o uso do porto por qualquer interessado, e não apenas os operadores que já atuavam na autarquia.
“Mas não aconteceu. O terminal de álcool tem vícios na obra. O de fertilizantes tem capacidade para 20 mil toneladas, enquanto um navio traz 40 mil toneladas, então não tem muita utilidade. A solução é entregá-los para que os operadores privados operem”.
Maron disse que os principais problemas encontrados ao assumir o porto, em janeiro deste ano, foram a quebra da credibilidade da autarquia e a inexistência de relação com autoridades nacionais, como a Secretaria Nacional dos Portos, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o Ibama. “Por isso ficamos fora do programa nacional de dragagem e sequer temos licença ambiental para funcionar”.
Sobre a dragagem, Maron classificou como “um devaneio de verão” a tentativa da Appa de comprar uma draga para resolver o problema. “A manutenção de uma draga própria custaria R$ 40 milhões por ano. Nossa previsão é gastar R$ 20 milhões com todas as dragagens”, disse, informando que após a dragagem de emergência dos berços do porto, feita em fevereiro, a Appa aguarda liberação ambiental para licitar a dragagem do Canal da Galheta.
Maron classificou a gestão Eduardo Requião na Appa como “horrível” e disse que a administração anterior geriu o porto norteada por questões ideológicas. “Porto não se administra por ideologia, isso é uma bobagem muito grande. Ele existe para atender às necessidades importação e exportação do Estado e do País. A ideologia usada nas administrações anteriores prejudicou o porto”.