O governo ainda não tem ideia do custo nem de onde vai tirar recursos para colocar em prática o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), cujo lançamento ocorre nesta sexta-feira, 24, durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Nordeste, a primeira depois de eleito à região onde ele recebeu menos votos e enfrenta os piores índices de avaliação.
“Não tenho como lhe dar uma ideia mais precisa (do custo). Temos muito caminho pela frente”, disse Mario de Paula Guimarães Gordilho, que chefia a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). “Vamos ter que fazer uma articulação buscando todos os esforços dos Estados, municípios e União. Não tem nada definido. O BNDES pode entrar com recursos também. É uma estruturação maior que vai acontecer”, completou.
O PRDNE prevê mais de 800 ações nos 11 Estados da região da Sudene (além dos nove do Nordeste, Minas e Espírito Santo), entre eles pontes, estradas, ampliações de portos, ferrovias, habitação, tecnologia e educação, no momento em que o governo faz um forte contingenciamento orçamentário.
O projeto elaborado depois de meses de conversas com todos os governos da região será votado nesta sexta na reunião do Conselho Deliberativo da Sudene com a presença de Bolsonaro e dos governadores, a grande maioria de oposição.
Governadores vão participar do encontro. “Eu irei porque a ideia do plano regional é boa. O problema é que o governo está perdido. Particularmente, não acredito que eles implementem o plano, mas só o fato de quererem aprovar já é bom”, disse Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão.
Bolsonaro deve aproveitar a viagem para anunciar a liberação de R$ 2,1 bilhões para o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FDNE) e a criação de uma rede de fibra ótica nas 41 cidades-polo que serão priorizadas pelo PRDNE, além de entregar unidades do Minha Casa Minha Vida, mas deve ouvir cobranças e pedidos.
“Queremos retomar as obras paralisadas ou não iniciadas”, afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias (PT). “Então é hora de todo mundo descer do palanque e trabalhar muito.”
O texto do PRDNE não foge da dificuldade de financiamento e traz um capítulo para tratar especificamente do tema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.