Eleição

Sucessão na pauta da viagem de Lula ao Paraná

A vinda do presidente Lula (PT) ao Paraná, na próxima segunda-feira, dia 22, está cercada de expectativas sobre o início de uma negociação com o governador Roberto Requião para levar o PMDB a uma aliança com o PT, englobando também o PDT, PR e PP nas eleições do próximo ano para o governo do Estado.

Lula e Requião estarão juntos em Congonhinhas e Londrina, onde Lula lança o Plano Safra 2009/2010, e os dois terão a oportunidade de conversar sobre o tema, espinhoso na opinião de peemedebistas, petistas e pedetistas locais.

O senador Osmar Dias (PDT) já disse que não vê empecilhos em ter o PMDB numa composição em que ele fosse o candidato ao governo. O presidente Lula já afirmou que o seu desejo é ter seus aliados nacionais juntos num palanque estadual, mas o PMDB não quer nem ouvir falar no assunto.

A aproximação de Lula e Osmar soa como ofensa aos peemedebistas, que se consideravam os aliados preferenciais do PT no Paraná e não esquecem que o senador pedetista foi o adversário de Requião no segundo turno das eleições de 2006.

Lideranças do PT acham que somente o presidente da República poderá remover as resistências de Requião. Principalmente porque uma ala do PMDB trabalha escancaradamente para se aliar ao PSDB, em torno de uma candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo. E de um outro lado, conversas são feitas com o senador Alvaro Dias, com objetivo semelhante, mas com Alvaro como candidato ao governo.

As articulações do presidente para convencer o governador a pensar na hipótese de uma aliança poderão ser feitas nos intervalos dos compromissos oficiais. De acordo com informações fornecidas pelo diretório estadual do PT, Lula chegará a Londrina às nove da manhã.

De helicóptero, voará até Congonhinhas, para comemorar a superação de dois milhões de ligações do programa Luz para Todos, que beneficia as populações rurais de todo o país. O programa é parte integrante do PAC.

Não compete

Na reunião com os prefeitos do PDT, segunda-feira, em Curitiba, Osmar Dias revelou que é interesse tanto dele quanto do presidente Lula que a aliança com o PT englobe, também, os outros partidos que formam a base do governo federal.

No entanto, Osmar disse estar fora, no momento, de qualquer conversa com o governador Requião. “Esse papel não me compete. Fica até desrespeitoso falar nisso agora porque o PMDB tem um candidato que é o Pessuti, por quem, apesar de sempre sermos adversários, tenho um respeito muito grande”, disse o senador.

Mas o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald (PDT) foi mais otimista quanto à possibilidade de contar com o PMDB nas eleições do ano que vem. “Se o governador analisar bem e quiser ter uma eleição tranquila para o Senado, ele vem para o nosso lado”, disse.

Para Mac Donald, há várias formas de o PDT contar com Requião. “Pode ser já, pode ser com apoio no segundo turno, pode ser só ficando na dele, sem nos hostilizar”, comentou dizendo que na sua opinião, a demissão de Ricardo Gomyde (PCdoB) da presidência da Paraná Esporte por conta da aproximação de Gomyde com Beto Richa (PSDB) é indicação de que “do outro lado, ele não estará”.

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