O município de Santa Fé, no Norte do Estado, vive um situação inusitada: cassado esta semana pelo Tribunal Regional Eleitoral sob a acusação de abuso de poder econômico e compra de votos nas eleições, Pedro Brambilla (PMDB) será substituído na Prefeitura por seu filho, o vereador Fernando Brambilla (PPS).
Fernando, de apenas 24 anos, viu-se na contingência de assumir o posto conquistado nas urnas pelo pai porque respondia pela presidencia da Câmara Municipal. Ele participava da coligação que elegeu Pedro Brambilla e disse que continuará na mesma linha de administração. "Vamos aguardar o resultado do processo e, enquanto isso, estaremos aqui para continuar o compromisso que assumimos com vocês", disse ao ser informado pelo oficial de Justiça que deveria assumir o cargo.
O segundo colocado, Laudelino Crivelari (PSDB) teve 28 votos menos do que o eleito, mas não pode tomar posse porque a votação atribuida a Brambilla representa mais da metade do eleitorado do município. Desta forma, a anulação de seus votos anula, automaticamente, todo o processo eleitoral naquela localidade. Até que a pendência judicial se resolva – o recurso já deu entrada no Tribunal Superior Eleitoral – cabe ao presidente da Câmara responder interinamente. Para isso, em ato solene realizado ontem, às 20h, na sede da Câmara, Fernando passou a presidência do Legislativo ao vice, vereador Elton Juvêncio da Silva, e na sequência assumiu o comando do Executivo. Com uma certeza: "No início do ano dei posse a meu pai, e estou certo de que voltarei a fazê-lo em breve, assim que o TSE der a sentença definitiva sobre o caso".
As denúncias contra Pedro Brambilla baseiam-se na alegação de "distribuição, no dia das eleições, de bonés, camisetas, lanches e papéis, e na oferta de dinheiro em troca de votos". Em primeira instância Pedro Brambilla foi julgado inocente das acusações formuladas por seus adversários. Houve recurso ao TRE, onde ele perdeu por três votos a dois. Agora, no TSE, Pedro busca provar que não cometeu qualquer irregularidade.