Horas após a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), na manhã de quarta-feira, 25, a presidente Dilma Rousseff começou a conversar com parlamentares para tratar do processo de substituição da liderança do governo no Senado. Apesar das intensas conversas entre integrantes do Planalto e senadores aliados, até agora não há um nome fechado, embora o governo tenha anunciado, no mesmo dia da detenção de Delcídio, que na semana que vem divulgará a escolha de seu novo líder.

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Segunda maior bancada do Senado, o PT tenta manter um integrante do partido na liderança. Um dos nomes cotados é o do atual líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE). Mas ele, embora experimentado regimentalista, não tem trânsito com a cúpula do PMDB no Senado, o maior partido e que comanda a Casa com Renan Calheiros (AL).

Os peemedebistas prefeririam que – mantido o PT na liderança – Walter Pinheiro (BA) ocupasse a função. O senador baiano é bem visto por seus pares do PMDB e também por parte da oposição pelo empenho com que trata os assuntos que lhe cabem. É um dos principais entusiastas da reforma do ICMS e atualmente preside a Comissão do Pacto Federativo do Senado.

Pesa desfavoravelmente o fato de Pinheiro ter hoje uma atuação independente da orientação da bancada do partido. Um dos exemplos: ele e o colega Paulo Paim (PT-RS) ignoraram a orientação da bancada e votaram para manter Delcídio preso – e também não ter proximidade com o Palácio do Planalto.

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O PMDB, que já desempenhou a função durante o primeiro mandato de Dilma – com Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM), atual ministro de Minas e Energia -, não tem se movimentado para voltar a ocupar o cargo.

Na saída de Braga da liderança do governo, o atual líder do partido, Eunício Oliveira (CE), declinou o convite feito pela presidente para o posto. De todo modo, há quem no partido defenda o recém-filiado Blairo Maggi (MT). O senador e grande empresário do setor agropecuário tem trânsito na base aliada e também na oposição.

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Outro nome ventilado até o momento foi o de Wellington Fagundes, atual líder do PR na Casa e um dos quatro vice-líderes do governo no Senado. Contra ele pesa o fato de ser desconhecido pela cúpula da Casa – mesmo tendo sido deputado federal desde 1991, ele chegou ao Senado só este ano.

Um senador com quem Dilma conversou sobre a liderança defendeu cautela na decisão do governo sobre a escolha do novo líder. Ele lembrou que, entre a saída de Braga e a chegada de Delcídio, o cargo ficou cinco meses vago. “Não tem porque apressar”, considerou ele, ao destacar que a base no Senado – a despeito da prisão do Delcídio e da existência ou não de liderança – tem aprovado a maioria das propostas encaminhadas pelo governo.