O ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que a Polícia Federal continue investigando o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB) e o ex-ministro das Cidades Mario Negromonte (PP), ambos citados na operação Lava Jato.
A Lava Jato apura pagamento de R$ 30 milhões em propina para a campanha de reeleição de Cabral, que tinha como vice o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), em 2010. Em depoimento à Polícia Federal, no dia 30 de abril, o ex-governador negou caixa 2 em sua campanha de reeleição.
Em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, Paulo Roberto Costa afirmou, em abril, que “durante uma reunião, em 2010, na sede do governo do Rio, Sérgio Cabral lhe pediu R$ 30 milhões para a campanha de sua reeleição, juntamente com Pezão, para o Executivo do Estado’.
Nesse encontro, segundo o ex-diretor da Petrobras, Cabral determinou a Régis Fichtner, então chefe da Casa Civil, que se articulasse com Costa para que “ambos, em reuniões a serem realizadas em um hotel, obtivessem os valores oriundos de empresas contratadas” pela estatal.
Em delação premiada, o doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, revelou irregularidades que teriam sido praticadas no Ministério das Cidades e no Denatran, envolvendo ajustes para o recebimento, por agentes públicos e agremiações partidárias, de valores decorrentes de contratos firmados para a implementação do sistema de rastreamento veicular obrigatório no país.
Mário Negromonte foi ministro das Cidades entre 2011 e 2012 (governo Dilma Rousseff). Ele teria participado e conduzido o esquema ilícito até sua saída do Ministério.
Em outro inquérito, o ministro Salomão ordenou que o doleiro Youssef não seja mais ouvido pela Polícia Federal e sim por juiz instrutor. É a primeira vez que este procedimento acontecerá em um Tribunal Superior.