O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, ingressou esta noite com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em que cobra do ministro da Justiça, Tarso Genro, explicações sobre o vazamento à imprensa de gravações telefônicas que mostram o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), intercedendo pela contratação do namorado de uma neta no Senado. Britto exige que o ministro indique o responsável pelo vazamento e tome medidas cabíveis caso a quebra do sigilo telefônico tenha sido feita sem autorização judicial.

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As interceptações telefônicas publicadas com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo foram realizadas, com autorização judicial, pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Boi Barrica. No início desta semana, o ministro da Justiça negou que o vazamento das gravações tenha partido de membros da PF. Questionado sobre quem poderia ter sido o responsável pela divulgação do material, Tarso sugeriu que poderiam ter sido “advogados, para desviar o foco das investigações”.

“Pedimos ao ministro que diga quem é o advogado em questão e que medida será tomada pelo Ministério da Justiça como penalidade”, afirmou. O presidente da OAB também alega na ação que as declarações de Tarso são “inaceitáveis”, uma vez que atingem a honra da classe dos advogados de forma genérica. “A declaração do ministro não tem lógica. O advogado não quer condenar o seu cliente. É notório que o tipo de vazamento realizado tem nítido caráter incriminatório e jamais partiria de advogados”, argumenta Britto.

Na sexta-feira, o Ministério Público Federal no Maranhão (MPF-MA) entrou com pedido de abertura de inquérito na Polícia Federal (PF) para apurar o vazamento do teor das conversas telefônicas entre os membros da família Sarney. O corregedor-geral da Justiça Federal deu prazo de 48 horas para que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, responsável pelo mandado que autorizou a gravação, informe as providências tomadas.

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