Stephanes vê possível irregularidade em Operação Abate

Apesar de evitar julgar os trabalhos da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) na “Operação Abate”, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que os indícios de irregularidade são “fortes”. “Não posso julgar. As colocações são, até certo ponto, fortes. Os argumentos da PF são, até certo ponto, fortes. Para mim, seria mais importante que isso não fosse verdade”, disse Stephanes durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. A Operação Abate deflagrada em junho para apurar a prática de diversos crimes para favorecer empresas frigoríficas, laticínios e curtumes fiscalizados pela Superintendência Federal de Agricultura em Rondônia.

O deputado Ernandes Amorim (PTB-RO), autor do requerimento para realização da audiência, foi o único a questionar o ministro durante o debate. O parlamentar criticou duramente o trabalho do diretor do Departamento de Inspeção e de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do ministério, Nelmon Oliveira da Costa. “O diretor Nelmon encaminhou o que bem quis ao Ministério Público”, disse. Amorim acusou o deputado de “montar uma farsa para destruir a imagem da superintendência” e disse ainda que após passar pelos “corruptos do ministério, os denunciantes passaram a denunciados”.

Stephanes explicou ao deputado que ele estava atribuindo ao diretor do Dipoa “um poder que ele (Nelmon) não tem”. “Não acredito que ele tenha esse poder todo”, afirmou Stephanes. O parlamentar também acusou o diretor de tomar atitudes em favor de determinadas empresas que atuam no Estado e de suspender, com base em critérios políticos, o número do Serviço de Inspeção Federal (SIF) de frigoríficos exportadores. “Não acredito que ele tenha razões para agir contra uma ou outra entidade”, rebateu o ministro.

O deputado contou que encaminhou ofício à Presidência da República e à Casa Civil solicitando a substituição do diretor Nelmon por outro técnico. Stephanes contou ainda que, nos próximos dias, o ministério colocará em consulta pública o novo modelo do Regulamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Rispoa). “O novo Rispoa está pronto. Ele terá 200 artigos a menos do que o atual”, afirmou.

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