Foto: Aliocha Maurício
Reinhold Stephanes: uma longa carreira que começou na ditadura e sobrevive até os dias de hoje.

O deputado federal Reinhold Stephanes é a nova aposta do PMDB do Paraná para substituir o deputado federal Odílio Balbinotti na indicação para a vaga de ministro da Agricultura. Balbinotti desistiu de postular o cargo no início da noite de sábado, pressionado pela divulgação do processo por falsidade ideológica que responde no Supremo Tribunal Federal (STF). O segundo nome cogitado ontem foi do deputado Moacir Micheletto, do PMDB de Cascavel, mas não houve confirmação da direção do partido.

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Já Stephanes assegurou que está na lista dos nomes que o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, está apresentando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar o quinto ministério do partido no segundo mandato do petista. ?O presidente Michel Temer me fez uma consulta. Eu aceitei integrar a lista e, por enquanto, é só?, disse o deputado paranaense.

O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), disse à Agência Globo que a sigla quer continuar indicando um nome da bancada. Mas informou que o nome do deputado federal paranaense não estava na lista de possíveis indicados. Segundo o líder da bancada, primeiro, estão sendo avaliadas as opções que já tinham sido apresentadas anteriormente, quando Lula optou por Balbinotti. As alternativas, então, eram os deputados Tadeu Filipelli (DF), Waldemir Moka (MS) e Eunício Oliveira (CE). ?Estamos abertos para discutir outros nomes?, disse Alves. Ontem foi divulgado que Moka figura como réu em oito processos, na pauta de julgamentos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

O presidente estadual do PT, André Vargas, disse que o nome de Stephanes está na lista e que tem o apoio do partido no Estado. ?Os outros nomes da lista têm problemas locais com o PT em seus estados. O Stephanes não tem nenhum problema conosco no Paraná?, afirmou. O dirigente petista disse que conversou com o governador Roberto Requião (PMDB) sobre o assunto e pediu a ele que telefonasse ao presidente Lula para garantir o espaço do estado no ministério.

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Requião teria conversado com o presidente por telefone e avalizado a indicação de Stephanes, que foi seu secretário de Planejamento entre 2003 até o ano passado. O governador também teria intercedido em favor de Stephanes junto ao presidente nacional do PMDB.

Empecilhos

Vargas minimizou o episódio citado ontem por alguns peemedebistas, que lembraram um pronunciamento feito na semana passada por Stephanes Junior, deputado estadual e filho do deputado federal paranaense, sobre uma pesquisa em que o PT era apontado por 30% dos eleitores ouvidos pelo site Congresso em Foco como um partido associado à corrupção. Os deputados estaduais petistas reagiram à intervenção do peemedebista.

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Vargas disse que Stephanes não pode ser responsabilizado pelos equívocos do filho. ?O deputado Stephanes não é culpado por ter um filho de ultra-direita?, afirmou o presidente estadual do PT. Questionado se o apoio de Stephanes à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência da República também não prejudica sua indicação, Vargas foi categórico. ?O presidente Lula quer ampliar sua base de apoio. Ele não está compondo um ministério por gratidão. Além disso, quem votou conosco já estava no governo. Quem está vindo agora é justamente a parte do PMDB que, junto com o Temer, estava fora?, disse.