A executiva estadual do PMDB decidiu repreender publicamente o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que declarou sua preferência pela pré-candidatura ao governo do senador Osmar Dias (PDT).
Na nota oficial divulgada ontem, a executiva estadual considerou a posição de Stephanes uma “ofensa” ao partido. Há vinte dias, a executiva estadual indicou candidatura do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) à sucessão estadual do próximo ano. Stephanes se declarou favorável a Osmar durante entrevista em Umuarama, no final de semana.
Na nota, o partido “repudia” as declarações do ministro, um dos nomes que compunha a lista de possíveis candidatos do partido. Pugliesi afirmou que antes da escolha de Pessuti, o ministro foi consultado para saber se estava interessado em disputar a eleição. “Quando perguntamos, ele nos disse ‘me incluam fora dessa’”, relatou o presidente do partido.
Na nota, a executiva disse que Stephanes contrariou a decisão partidária. “Ao abster-se de discutir o assunto internamente e optar por declarações à imprensa contrárias à orientação partidária, o ministro Stephanes desrespeita o Estatuto do PMDB no que tange à disciplina partidária e ofende os peemedebistas”, destaca a nota do partido.
O presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que a nota foi necessária porque as afirmações de Stephanes causaram “repulsa” na maioria do partido. “No momento em que há um esforço grande do partido para construir a candidatura, aparece alguém para desconstruir. O partido tomou uma posição natural, racional e estratégica. O que vai pesar mais? Meia dúzia de desgarrados ou o sentimento geral do partido?”, indagou Pugliesi, garantindo que as resistências à pré-candidatura de Pessuti são isoladas no partido.
Sinalização
Os peemedebistas não gostaram da posição de Stephanes, mas as declarações do ministro provocaram a primeira manifestação favorável do governador Roberto Requião (PMDB) à indicação do vice-governador para concorrer à sua sucessão. Anteontem, o governador disse que o partido trabalha por uma candidatura própria e que o nome proposto é o do vice-governador.
Pugliesi afirmou que Requião foi convencido sobre a viabilidade da candidatura de Pessuti. E que esta posição já era esperada. “Eu quero que me apontem uma razão para que o Requião, não o governador, mas o militante, ficasse contra o partido?”, ponderou o presidente estadual do partido.
Pugliesi encaminhou uma correspondência a todos os presidentes dos diretórios municipais do PMDB e aos prefeitos do partido pedindo que se empenhem em favor da candidatura do vice-governador em 2010.
Além disso, a indicação de Pessuti deverá ser reforçada no congresso estadual do partido, que ainda não tem data para ser realizado, mas que está sendo agendado pela executiva estadual.