O líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, avisou hoje que as atividades do chamado ‘abril vermelho’ não serão abandonadas no início do governo da presidente Dilma Rousseff. Para o líder do MST, sem o carisma e a história do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua gestão Dilma terá necessariamente de criar uma inter-relação maior com as forças organizadas da sociedade.

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Conforme Stédile, o decreto sancionado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que estipulou 17 de abril – data do massacre de Eldorado de Carajás (PA), em 1996 – como o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, tornou a jornada do MST “uma obrigação”. Na interpretação do líder sem-terra, a mobilização, que inclui invasões, está amparada em “lei” por causa do decreto presidencial.

“Passados esses 15 anos, até hoje, infelizmente, nenhum responsável por aquele massacre foi punido ou preso. Todos estão livres e alguns, inclusive, foram condecorados na carreira”, observou, após palestra na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). “Então, é uma obrigação, é lei, nós, ao redor do 17 de abril, fazermos luta pela reforma agrária. O MST vai se organizar em todo País para que naquela semana tenhamos mobilização que signifique luta pela reforma agrária, agora protegidos por uma lei”.

Stédile participou na UFJF do encerramento do curso de especialização em Estudos Latino-Americanos, oferecido em parceria entre a universidade, o MST e a Escola Nacional Florestan Fernandes. Segundo ele, as forças sociais que apoiaram a eleição de Dilma são atualmente mais amplas do que as que apoiaram o governo Lula, que, por sua trajetória histórica e carisma, tinha uma relação direta com as massas.

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