O Paraná terá pela primeira vez, a partir de quarta-feira, um representante comandando um dos quatro Tribunais Superiores em Brasília. O magistrado João Oreste Dalazen tomará posse como presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), para mandato de dois anos.
João Oreste Dalazen nasceu em Getúlio Vargas (RS), em 12 de janeiro de 1953. Obteve graduação e pós-graduação em Direito, em nível de Mestrado, pela Universidade Federal do Paraná. Atua como Magistrado do Trabalho desde 1980 e ministro do TST desde 1996. Atualmente é professor da Faculdade de Direito da UnB.
Dalazen diz que sua eleição para presidir o TST deve servir de exemplo para a população paranaense. “O Paraná foi o Estado que me projetou, foi onde cresci pessoalmente e profissionalmente. Quero sim representar bem o Estado nesse novo cargo, mas quero, também servir de motivador para a população do Paraná, pois venho de família pobre, como a maioria, fui engraxate, garçom, mas com empenho e determinação, cheguei ao TST”, disse.
O ministro classificou a Justiça do Trabalho como “o algodão entre os cristais” no conflito entre o capital e o trabalho. “Conflitos naturais numa sociedade capitalista, mas que mediamos com equilíbrio e ponderação”. Dalazen avaliou que a Justiça de Trabalho vem presando excelente serviço nestes 70 anos de existência no Brasil. “Se não fosse a Justiça do Trabalho haveria derramamento de sangue nesse conflito”.
Questionado sobre as propostas de flexibilização nas leis trabalhistas que vêm sendo debatidas no Executivo e Legislativo, o novo presidente do TST mostrou-se preocupado. “Essa flexibilização já se observa em várias situações. O Brasil é um dos poucos países em que não precisa de motivo para demitir, por exemplo. Há flexibilização nas jornadas de trabalho, nos acordos coletivos”, disse. “Mas sou contra essa flexibilização generalizada, que faz com que o negociado prevaleça sobre o legislado”, concluiu.