O diretório municipal do PMDB oficializou, ontem, o deputado Cleiton Kielse, como candidato a vice-prefeito do partido, na chapa encabeçada pelo ex-reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Moreira Júnior. Com o acerto do PR, do deputado Carlos Simões, com a grande aliança para a reeleição do prefeito Beto Richa (PSDB), não restou ao partido do governador Roberto Requião outra opção além de lançar chapa pura na disputa majoritária na capital.
Durante a apresentação de seu vice, Moreira levantou dúvidas sobre as motivações que levaram tantos partidos à aliança com o PSDB. ?Como pode haver acordo de partidos com ideologias tão diferentes. É algo além da força política e eu quero entender isso?, declarou. ?As alianças que procuramos eram todas com partidos que têm afinidades ideológicas com o PMDB. Jamais formaríamos um império de partidos díspares como o que o se apresenta na atual eleição. Uma salada. O neoliberalismo do PSDB, o malufismo do PPS, o socialismo do PSB e o fisiologismo do DEM?, acrescentou.
Kielse foi mais além e usou um tom mais agressivo para criticar o ?chapão? de Beto Richa. ?Não participamos de leilão. Esse leilão, que foi ofertado ao PMDB, faz parte de uma ciranda financeira que deveria ser averiguada pela Polícia Federal. Há 30 dias, via-se rompimento e críticas até agressivas à Prefeitura. Agora, no apagar das luzes, viraram todos amigos?, insinuou.
Questionado se a sua presença na chapa acabaria com a resistência de alguns parlamentares peemedebistas à candidatura de Moreira, Kielse disse que o partido está fechado com o ex-reitor e que seu nome foi indicado pela bancada. ?Quero trazer uma informação precisa. Todos os deputados estaduais e federais estão apoiando o Moreira. Houve uma reunião de consenso com todos os parlamentares e demais lideranças do partido, que resultou na minha indicação?, garantiu.
Tal sintonia foi refletida na presença do deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que disputou a convenção do partido com Moreira. ?Em nome da unidade do PMDB estou aqui para dar o meu apoio a uma chapa pura, que tem nome e sobrenome: Moreira e Kielse?, disse Rocha Loures. O deputado federal afirmou já ter iniciado a mobilização de suas bases políticas para o apoio à candidatura.
Sobre as possibilidades de crescimento da candidatura mediante o fraco desempenho apresentado por Moreira na última pesquisa de intenção de votos (teve 0,8% na pesquisa divulgada em maio pelo Instituto Alvorada), o candidato a vice-prefeito mostrou-se otimista. ?Não tenho dúvida alguma que esta eleição terá segundo turno. Nossa militância está apenas esperando a nossa orientação para ir às ruas mostrar e convencer que as nossas propostas são as melhores para Curitiba?, afirmou Kielse. Para isso, Kielse se apega na influência do governador Requião. ?O entusiasmo do Requião supera qualquer indicação. Os índices de aprovação do governador mostram que estamos no caminho certo?, concluiu.
Objetivo: segundo turno
A direção municipal do PMDB e os candidatos Carlos Moreira Júnior e Cleiton Kielse parecem confiantes em levar as eleições para o segundo turno e disputá-lo contra o prefeito Beto Richa (PSDB). Logo após a apresentação oficial do candidato a vice-prefeito, peemedebistas percorreram as convenções dos partidos aliados PV e PC do B, que lançaram candidaturas próprias (Maurício Furtado e Ricardo Gomyde, respectivamente). O PMDB fez questão de mostrar apoio às candidaturas que podem aumentar o número de votos válidos contra o prefeito candidato à reeleição num eventual segundo turno. Na convenção do PC do B, o governador Roberto Requião e o vice, Orlando Pessuti até gravaram mensagem em vídeo.