Foto: Aliocha Maurício/O Estado
Evento foi realizado ontem no Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores da Indústria do Paraná.

Se depender da Rede de Participação Política do Empresariado, criada pelo Sistema Fiep, os candidatos eleitos neste pleito vão ter que mostrar trabalho e seriedade se quiserem continuar na vida política. Ontem eles assinaram o Termo de Compromisso do Candidato se comprometendo com a promoção da ética, da democracia e com o desenvolvimento do país. Durante todo o mandato vão ter suas ações monitoradas e divulgadas para todas as pessoas que fazem parte da rede.

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O cientista político, consultor do Sistema Fiep, Augusto de Franco, está apostando todas as suas fichas na rede de monitoramento. Para ele, este é um instrumento eficaz para que o cidadão comum possa cobrar trabalho e ética da classe política. Uma equipe vai ficar encarregada de alimentar o site da rede e as informações sobre o desempenho dos políticos vão ser enviadas para todas as pessoas conectadas. ?Isto vai alterar a relação entre eleitores e eleitos. O político vai começar a ser pressionado, as pessoas vão poder questionar suas atitudes e isto vai ter peso?, diz o cientista.

A assinatura ocorreu durante o 3.º Encontro da Rede de Participação Política do Empresariado e contou com a adesão de 22 candidatos, sendo quatro concorrentes ao governo do Estado, dois a vice, nove a deputado estadual e sete a federal. Eles se comprometeram com quatro eixos básicos distribuídos em 26 itens que devem nortear o trabalho de cada um, se eleitos. O primeiro eixo é o compromisso com a ética, onde o candidato afirma que vai cumprir todas as promessas de campanha, por exemplo. O segundo eixo é o do compromisso com a defesa da democracia. No terceiro, os eleitos firmam compromisso com a promoção do desenvolvimento humano, deixando de lado o assistencialismo e o clientelismo. Por último, assumem compromissos com uma agenda estratégica de desenvolvimento para o país que incluem reforma política, fiscal, jurídica, segurança pública, administrava, além de ações na área de educação.

Embora poucos candidatos tenham assinado o documento até agora, os outros ainda têm tempo para fazê-lo. Mas mesmo que não assinem, todos vão ser monitorados pela rede que conta hoje com cerca de 1.200 pessoas conectadas de todo o país. ?E a cada dia outras 20 aderem ao movimento?, comenta Augusto. Segundo ele, o monitoramento é reflexo do desenvolvimento tecnológico que facilitou a comunicação entre as pessoas, além de possibilitar o acesso a bancos de dados de órgãos públicos. ?Compromisso do candidato sempre houve. Agora, está sendo possível monitorar o comportamento dos eleitos?.

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Segundo o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, ?estamos iniciando um processo por onde começa a ser visualizada uma interação maior entre o político e o eleitor?. Jeferson Nogaroli, presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) – parceira no projeto -, lembrou que a democracia no país ainda é recente e a sociedade está aprendendo a criar mecanismos que ajudem a consolidar o regime. ?É dever da sociedade criar mecanismo para estabelecer o grau de eficiência dos políticos?, ressaltou.