Sucessão municipal

Sob pressão, Samek transfere título para disputar eleições em 2012

Dez anos depois da sua última disputa eleitoral, em 2002, o diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, deu o primeiro passo para ser candidato a prefeito nas eleições do próximo ano ao transferir seu título eleitoral para Foz do Iguaçu. A mudança de domicílio eleitoral foi confirmada pela assessoria do diretor de Itaipu, mas a decisão sobre ser candidato ainda não foi tomada.

“Para ter o segundo gol tem que ter o primeiro”, festejou o presidente estadual do PT, deputado Enio Verri. Junto com outras lideranças petistas, Veri integra o grupo que vêm pressionando há meses o diretor da Itaipu a aceitar a candidatura, que faz  parte do projeto de lançar candidatos próprios nas principais cidades do estado.

A estratégia é ampliar a presença do PT em centros urbanos, que serão importantes para a campanha eleitoral de 2014, quando o PT planeja lançar a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, como candidata ao governo. “Transferir o título demonstra a consciência política e o compromisso dele com o partido”, afirmou o dirigente do PT.

Verri disse que há possibilidades fortes de Samek ter uma candidatura amparada por uma aliança ampla, incluindo todas as forças políticas da cidade. “O Samek pode ser candidato único em Foz, é o que se comenta na cidade. A candidatura dele tem chances de unificar toda a sociedade de Foz”, afirmou Verri.

Samek foi candidato em 2002. Eleito deputado federal, renunciou logo em seguida para comandar a Itaipu Binacional, no primeiro governo Lula. Permaneceu no cargo no segundo mandato de Lula, e por sugestão do presidente, foi mantido no governo de Dilma Rousseff.  Neste período, tem recebido críticas internas no PT por ter se mantido afastado das atividades partidárias e, por conseqüência, contribuído pouco para o crescimento eleitoral e organização do partido no Estado.

Agora está sendo chamado para o “sacrifício”. Se Samek ceder aos apelos do partido, vai provocar uma disputa acirrada por seu cargo na Itaipu, a partir do primeiro semestre do próximo ano, quando ocupantes de cargos no executivo devem se afastar para concorrer às eleições.

Há um mês, ao justificar o pagamento de indenização para Gleisi quando ela deixou a diretoria financeira da Usina de Itaipu para concorrer ao Senado em 2006, Samek justificou que ela foi demitida, apesar de ter pedido licença. Na explicação, o diretor geral de Itaipu declarou que não aceita que se misturem as atividades políticas com as atribuições de Itaipu. Quem sai para disputar, não pode voltar, disse Samek, agora colocado sob o mesmo dilema da ministra.  

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