Em resposta às manifestações nas ruas, a Assembleia Legislativa da Bahia aprovou no fim da noite de quinta-feira, 27, duas medidas consideradas moralizadoras: uma que reduz de 90 para 60 dias por ano os recessos dos deputados e outra que institui a chamada “ficha limpa” para qualquer ocupante de cargo público, comissionado ou efetivo, nos três poderes do Estado.

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Os dois projetos estavam sendo discutidos há meses no Legislativo estadual e foram aprovados sem muitas contestações – um por unanimidade, outro por acordo entre as lideranças dos partido. “A Casa está respondendo (às manifestações)”, afirmou o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo (PDT), defendendo a tese de que “recesso parlamentar não é férias”. “A pressão sobre o Legislativo tem sido grande”, disse o líder do governo, Zé Neto (PT).

Pela proposta aprovada, a paralisação dos parlamentares entre o fim de um ano e o início do outro passa a ter 45 dias – até agora eram 60 – e a do meio de ano passa de 30 dias para 15. A nova regulamentação para os recessos parlamentares, porém, passa a valer apenas a partir do fim deste ano. A justificativa é de que o projeto só será promulgado no próximo dia 3, quando os parlamentares já estarão no recesso de meio de ano.

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No caso da ficha limpa, alguns parlamentares da bancada da oposição chegaram a contestar o fato de o projeto só prever a restrição a quem tiver punições legais “transitadas em julgado” – ou seja, sem recursos possíveis. Os deputados da base do governo, porém, argumentaram que há muitos prefeitos e secretários que tiveram as contas rejeitadas por motivos fiscais, por causa da queda da arrecadação dos municípios nos últimos anos, e que eles poderiam ser injustamente punidos pela medida.

Todos os 47 parlamentares que participaram da sessão (do total de 63 deputados) aprovaram a ficha limpa na Bahia. Já a redução dos recessos foi aprovada por acordo entre as lideranças das legendas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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