Em jantar com a cúpula peemedebista na noite de ontem, no Palácio do Jaburu, a presidente Dilma Rousseff ressaltou a importância da pré-candidatura de Paulo Skaf (PMDB) em São Paulo. Segundo Dilma, as pré-candidaturas de Skaf e de Alexandre Padilha (PT) são a “fórmula” para que a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes seja decidida no segundo turno.
Na prática, a presidente assumiu o palanque duplo no primeiro colégio eleitoral do País, que está sob domínio tucano desde 1995. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) é pré-candidato à reeleição.
Conforme áudio do discurso de Dilma ao qual a reportagem teve acesso, a presidente foi categórica: “Temos duas candidaturas: uma é do ex-ministro Padilha e a do Skaf. Acredito que é esta a fórmula do segundo turno. Quero enfatizar que a gente não pode ser ingênuo em não perceber o que significa uma derrota dos tucanos em São Paulo, sendo bem clara”, afirmou. “Nós sabemos o que significa, do ponto de vista político para nós, governadores, para nós da Presidência da República, o Estado de São Paulo.” Nas duas últimas eleições estaduais os candidatos tucanos – José Serra em 2006 e Alckmin em 2010 – venceram a disputa no primeiro turno.
Em São Bernardo do Campo (SP), onde participou de uma agenda oficial da presidente, Padilha disse que a frase de Dilma é positiva. “Acho ótimo isso que a presidente Dilma falou porque tenho defendido que quanto mais candidaturas melhor para o primeiro turno de São Paulo. São Paulo está há 20 anos sendo governado pelo mesmo partido”, afirmou.
Nesta quarta-feira, em Ribeirão Preto (SP), Skaf – que se licenciará sexta-feira da presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e de outras entidades coligadas para se dedicar à futura campanha – elogiou a decisão do governo federal de tornar permanente a desoneração da folha de salários para setores da indústria, comércio e serviços.
No jantar com a cúpula peemedebista, Dilma se dirigiu ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, com ironias. Parte do diretório do PMDB-RJ ameaça formar uma aliança intitulada de “Aezão”, que significaria abrir palanque para o presidenciável tucano Aécio Neves no Estado. Ela chamou Pezão de “falso humilde” e disse que “tem extrema consciência” do que foi feito pelo Rio durante seu governo e do presidente Lula. “Nós construímos um novo Rio.” Dilma, porém, elogiou cada um dos aliados que estavam presentes, entre eles o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), que já foi considerado persona non grata no Planalto. (Colaboraram Fernando Gallo e Gustavo Porto)