Em reunião realizada nesta terça-feira, 3, com o vice-presidente Michel Temer, o presidente Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, criticou a possibilidade de o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio ser desmembrado em eventual governo Temer.
Nas conversas realizadas nos últimos dias entre Temer e aliados, um dos desenhos traçados para acomodar o senador José Serra (PSDB-SP) é o de o tucano assumir a pasta de Relações Exteriores. Serra ficaria também com as atribuições de comércio exterior, atualmente concentradas no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
“A proposta que deixei ao presidente é o fortalecimento do ministério da produção e não o desmonte”, ressaltou Skaf na saída do encontro. “O problema do Brasil é recuperar a produção brasileira, recuperar emprego, fortalecer e buscar a retomada do crescimento através da produção, do emprego, do trabalho. A última coisa que se possa pensar é enfraquecimento e muito menos a eliminação do ministério que representa a produção”, acrescentou o dirigente.
Skaf negou que possa integrar o novo governo Temer, previsto para ser iniciado após possível aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, na comissão especial do Senado.
O dirigente também voltou a se posicionar contra qualquer possibilidade de se aumentar a arrecadação com a criação de novos impostos. Uma das alternativas apontadas por ele como forma de se ter novas receitas é a aprovação do projeto no Congresso que trata de repatriamento de recursos no exterior. “Fizemos um estudo que é possível sim se ajustar o orçamento no sentido de reduzir gastos, não trabalhar com aumento de impostos e a diferença que possa faltar pode ser suprida pelo repatriamento de recursos”, defendeu.
Questionado sobre a posição de Temer em não propor novos impostos, Skaf respondeu: “Ele reconhece que da forma que está a economia, da forma que estão as empresas, da forma que o cenário real se apresenta, não é momento de se pensar em aumento de impostos e por outro lado há necessidade de um ajuste”.