Sistemas informatizados no combate à corrupção

Gerente da Agência Governamental e de Administração Pública das Nações Unidas (Undesa), o canadense François Loriot afirmou ontem, durante palestra aos funcionários do Tribunal de Contas do Estado, que um dos principais controles para diminuir a corrupção em todos os níveis de administração pública é a utilização cada vez mais acentuada de sistemas informatizados.

Loriot é um especialista no assunto. Formado em direito pela Universidade de Montreal e pós-graduado e PHD em Direito Público Administrativo pela Universidade de Paris, em sua explanação para mais de cem profissionais do Tribunal, ele afirmou que a fiscalização chegaria perto da perfeição, em todos os níveis, se houvesse decisão política para se investir no controle permanente, ou seja, de se fiscalizar enquanto se gasta.

Mudança de comportamento

“Reconheço que o aspecto técnico é mais fácil e fiquei muito feliz em saber que neste tribunal já há um sistema implantado de acompanhamento mensal de contas das prefeituras”, informou o funcionário da ONU. Loirot acredita que para haver mais investimentos nesta área, é preciso uma mudança de comportamento dos políticos, educação da população, campanhas de esclarecimentos para se informar o quanto é importante a transparência das informações para o controle dos gastos e, conseqüentemente, benefício da sociedade. Ele citou o caso das urnas eletrônicas como um exemplo a ser seguido.

Loriot foi apresentado à platéia pelo presidente do TC, conselheiro Henrique Naigeboren, que lhe fez um resumo do trabalho ali realizado e revelou ser o tribunal do Paraná um dos poucos no País capacitado a fazer auditoria nas obras onde há recursos de instituições internacionais, como o Banco Mundial. Naigeboren contou também que o gerente da Undesa é um velho conhecido do conselheiro Rafael Iatauro, que o convidou para a palestra.

François Loirot abordou o impacto da corrupção sob o desenvolvimento e os programas que a ONU realiza para combatê-la. “Faltam recursos para fazer um controle mais eficiente”, informou, mas não se declarou pessimista. “É preciso se criar mecanismos, viabilizar acordos, porque sem o controle da corrupção, não é possível a paz.”

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