Em reunião nesta quarta-feira, 11, na sede da Central Única de Trabalhadores do Rio (CUT-RJ), no centro do Rio, começaram a ser acertados detalhes da participação de movimentos sociais no ato sindical previsto para ao próxima sexta-feira. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) empregará 16 ônibus no transporte de manifestantes ao Rio.
Virão manifestantes de Macaé e Campos dos Goytacazes, na região Norte Fluminense, de municípios da Região Sul Fluminense e até de outros estados, como Minas Gerais, São Paulo e Paraná. O movimento não divulgou quantas pessoas ao todo virão para o Rio.
Já o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) enviará mil pessoas em 15 ônibus, dos locais onde há sedes da entidade (Niterói e Itaboraí, na Região Metropolitana e Angra dos Reis, na Costa Verde). Participou ainda do encontro a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que não deu informações sobre a logística de sua participação no ato.
Uma plenária da CUT está marcada para as 18h desta quarta-feira e deve decidir mais detalhes sobre a manifestação convocada pelas centrais sindicais. Em entrevista ao Estado, o presidente da CUT-RJ, Darby de Lemos Igayara, afirmou que os movimentos sindicais que vão para a rua no próximo dia 13 sairão “em defesa da Petrobras, em defesa da democracia e contra o golpe”.
Apesar de não assumir uma posição de claro apoio ao governo federal, diz que a manifestação é contra o “terceiro turno, que, diz, é ” forçado pela oposição. Igayara afirma que é “boato” um eventual pedido do governo federal para que os atos do dia 13 fossem suspensos, para que não gerassem reação e crescimento dos atos contra a presidente Dilma Rousseff, marcados pelas redes sociais para o dia 15 de março.
“Hoje a reivindicação principal não é se é a favor ou contra o governo. Não é isso, o governo é outra história. Estamos preocupados com uma questão central no debate de hoje que é a Petrobras”, ressaltou. Ele fez uma crítica aos protestos marcados para o dia 15, dizendo que eles “não tem CPF, não tem cara, não tem nada”, e comparou-os às manifestações de 2013.
O presidente da CUT estadual afirmou que a segurança do evento será feita exclusivamente pelos policiais, ainda que o ato esbarre em possíveis manifestações de opositores. “Nós não planejamos segurança. Ato de massa e mobilização a gente não pensa em segurança. A expectativa é que vá para lá quem de fato está pensando o debate que estamos fazendo e comungando das mesmas ideias. Não trabalhamos com reforço de segurança particular. Nunca trabalhamos com isso”, declarou.
Ainda segundo o presidente, haverá logística para transporte e alimentação de sindicalistas que comparecerão ao evento, mas eles serão financiados pelos próprios sindicatos. Ele não falou sobre detalhes desse planejamento e evitou fechar estimativas de manifestantes presentes na sexta-feira.
“Com certeza vai ter gente do interior, das regiões com quem eu pessoalmente falei, e obviamente o movimento sindical se organiza para conseguir garantir que as pessoas cheguem até aqui. Os sindicatos alugam ônibus, trazem ônibus, a gente se cotiza…a gente monta nossa estrutura com água, alimentação”.
Devem participar da manifestação integrantes da bancada estadual do PT no Congresso, como os deputados federais Chico D’Ângelo, Fabiano Horta e Benedita da Silva. Entre os deputados estaduais do partido, são esperados Carlos Minc e Rosângela Zeidan. O prefeito de Maricá e presidente estadual do partido, Washington Quaquá, também deve comparecer.
“Político acaba aparecendo muito na hora”, declarou o presidente da CUT-RJ. “Nós temos prioritariamente de partidos o PT, o PC do B, que se colocaram claramente na organização do movimento aqui do Rio de Janeiro. Vamos ter setores do PSB participando também”.
De acordo com Igayara, as centrais sindicais vêm questionando “medidas impopulares” implantadas pela equipe econômica do governo, como a revisão do seguro-desemprego. “As propostas que vêm aparecendo que são impopulares e vão de encontro ao interesse dos trabalhadores, nós já estamos questionando. Eu como presidente da CUT ajudei a reeleger a Dilma, e nós temos legitimidade como todo cidadão de disputar o governo Dilma. O que a gente entende que é caminho errado a gente fala alto, vamos brigar, vamos disputar e vamos tentar fazer a mudança”, avaliou. “O movimento (de sexta-feira) é claro, é em ‘defesa dos nossos direitos’, defesa da Petrobras, por uma reforma política de verdade e por aí. E pela democracia”.
Mesmo diante da pressão contra Petrobras pelo pagamento de salários atrasados, trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). “Esse pessoal naturalmente tem que vir. E a gente vai dar todo apoio ao pessoal do Comperj para vir, com a bandeira deles. E pedir a continuação das obras”, disse Francisco Soriano, diretor financeiro do Sindipetro-RJ. “Viremos sobretudo porque estamos em defesa da Petrobrás e também em defesa da democracia. Achamos que a presidente foi eleita e não temos duvida que ela tem direito de governar”.