Sindicalista Wilson Santarosa deixa comunicação da Petrobras

O gerente de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa, foi afastado do cargo nesta quinta-feira, 19, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Sindicalista de carreira, Santarosa assumiu o cargo em 2003, por indicação do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Ele era responsável pelos contratos de publicidade e patrocínio da estatal que, no último ano, contou com um orçamento de cerca de R$ 1,2 bilhão.

Procurada, a Petrobras ainda não se posicionou sobre as razões para a troca de comando. Santarosa será substituído interinamente do cargo por Luis Fernando Nery, que atua na comunicação de empresas e subsidiárias do grupo Petrobras desde 1984.

Com 65 anos, o ex-gerente nasceu em Americana (SP) e entrou na Petrobras aos 25 anos de idade, como operador de refinaria em Campinas, onde integrou o sindicalismo local. Nessa época, passou pela direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na década de 90, já aposentado, ingressou no Conselho de Curadores da Petros, fundo de previdência da Petrobrás, entre 1995 e 2000.

Três anos depois, no primeiro mandato do presidente Lula, retornou à estatal e também à Petros, já como presidente do Conselho Deliberativo, sob indicação política. Entre seus padrinhos políticos, eram citados nomes de forte influência sobre o governo, como os ex-ministros Luiz Gushiken, e José Dirceu, além do ex-presidente da estatal, José Eduardo Dutra.

A Gerência de Comunicação Institucional é responsável por patrocínios, contratos de publicidade, atendimento à imprensa, e planejamento institucional da marca. Era tido como um homem do partido na estrutura da estatal e conseguiu multiplicar o orçamento e o tamanho da gerência sob sua responsabilidade.

Durante o governo do ex-presidente Lula, Santarosa teve seu nome investigado na CPI dos Sanguessugas, depois de ter conversas telefônicas gravadas com suspeitos de entregar dinheiro para a compra de dossiês contra políticos tucanos. Também foi na área de patrocínios e publicidade que surgiram as primeiras denúncias de irregularidades na estatal, ainda na gestão de José Sérgio Gabrielli (2005 – 2012).

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