O senador Pedro Simon (PMDB-RS) questionou hoje, da tribuna, os motivos que teriam levado o governo a recuar na aprovação do projeto de lei que trata do acesso a documentos do governo. O senador lembrou que “de repente” e “sem motivo declarado” começaram a surgir vozes defendendo o sigilo permanente dos documentos em vez do prazo de 50 anos (25 anos renováveis pelo mesmo período) aprovado na Câmara dos Deputados. “Qual é o fato novo para que, de repente, o projeto que passou tranquilo na Câmara esteja passando por uma movimentação no sentido de que não pode passar no Senado?”, questionou.
O senador citou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre a atuação da Igreja Católica nos chamados anos de chumbo da ditadura militar e a luta secreta do cardeal Dom Evaristo Arns para tentar salvar presos torturados que caíam nas mãos do regime. “O interessante é que essa matéria vem exatamente no momento em que esta Casa vai discutir o projeto que a Câmara aprovou, é muito estranho”, destacou.
Ele lembrou que a presidente Dilma Rousseff, que apoiou o projeto na Câmara, agora causa estranheza ao não querer se meter. “O presidente da Câmara, dois ex-presidentes da República, o Itamaraty. Não sei por que querem que o Itamaraty entre, não sei. Mas acho que (a paralisação da tramitação do projeto) deixa o Brasil em uma situação muito complicada”, afirmou.