O relatório do deputado Barbosa Neto (PDT), favorável a que o Legislativo paranaense dê uma autorização ao Superior Tribunal de Justiça para analisar uma ação judicial contra o governador Roberto Requião, terá voto contrário em separado do deputado estadual Carlos Simões (PTB), na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa, na próxima segunda-feira. Em seu relatório, Simões argumenta que Requião não ofendeu o deputado Edson Praczyk (PMR) pessoalmente. Sua intenção foi a de preservar o Estado e o bem público. "Meu voto é contrário ao do relator, não autorizando o prosseguimento do processo. O que o governador fez foi dar um ‘pito’ no deputado", disse.
Na segunda-feira, a CCJ voltará a analisar o pedido de autorização de Praczyk, que quer prosseguir com uma ação em que acusa o governador de calúnia e difamação. Requião teria dito em junho do ano passado à Rádio Antena Um, em Ponta Grossa, que Praczyk pediu R$ 45 mil de "mensalinho", à Secretaria de Estado da Comunicação, para votar a favor de projetos de interesse do governo. Como o governador tem foro privilegiado, a Assembléia precisa aprovar o pedido para que a ação possa tramitar no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A CCJ havia marcado de analisar os pareceres de Barbosa Neto e de Simões, ontem, mas como o relator não esteve presente para defender seu relatório, a sessão foi adiada para segunda-feira. Barbosa Neto diz que a acusação do governador foi feita sem provas.
Simões acredita que a base governista na CCJ deve garantir a aprovação de seu voto, em detrimento do parecer de Barbosa Neto. "Acho que vai ficar em sete a cinco para o governo", disse o deputado. Depois do pedido ser avaliado pela CCJ, independente do resultado da votação dentro da comissão, ele deverá ser votado em sessão plenária, pelos 54 deputados. Segundo Simões, o pedido de Praczyk é bastante incomum, fazendo muitos anos que um pedido dessa natureza tramitou pela Assembléia.