No plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), reinou absoluto silêncio em relação à acusação de duas ex-funcionárias do deputado Gilberto Ribeiro (PSB) de que o parlamentar retém parte do salário de pessoas que trabalham no gabinete dele. Ao contrário, durante a sessão de terça-feira (10), vários deputados se dirigiram à cadeira do colega para cumprimentá-lo, numa espécie de demonstração de solidariedade.
Em depoimento ao Ministério Público Estadual (MP), Emanoelli Secchi da Silva afirmou ter trabalhado para Ribeiro do final de 2013 até fevereiro deste ano. Nesse período, ela disse que ficava com apenas R$ 2,2 mil do salário líquido de R$ 5,4 mil, conforme dados do Portal da Transparência. O restante, alega, sacava no caixa eletrônico e entregava diretamente ao parlamentar. Emanoelli e a mãe, Alice Secchi, que também atuou no gabinete, declararam ao MP que outros funcionários entregam dinheiro a Ribeiro.
Questionado, o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), disse que o tema é de competência única e exclusiva do MP. Para ele, se alguma irregularidade for comprovada, o órgão encaminhará uma denúncia à Justiça. “A responsabilidade do gabinete é do deputado. Até por isso, a Mesa Executiva estabeleceu como regra que todos assinassem um documento ao indicar seus funcionários comissionados.”
Já o presidente do Conselho de Ética, Pastor Edson Praczyk (PRB), argumentou que qualquer cidadão pode denunciar o caso ao grupo. Da mesma forma, disse que os integrantes do Conselho podem, por dever de ofício, se pronunciar a respeito do tema. “Mas eu especificamente, como presidente e magistrado, tenho de ser neutro. Se, por iniciativa própria, eu pender para qualquer lado, deixarei de ser imparcial”, justificou-se. “Mas, desde que for provocado, o Conselho pode acatar ou não uma denúncia.”