O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizou neste domingo, 10, no Largo da Batata, zona oeste paulistana, a comemoração do seu aniversário de 20 anos, com um show que reuniu Caetano Veloso, Crioulo, Maria Gadu e Péricles, em um ato com elevado tom político. Segundo a organização do movimento, cerca de 40 mil pessoas estavam presentes.

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Antes do início da apresentação, às 18h30, Paula Lavigne, empresária de Caetano, agradeceu à juíza que havia proibido a realização do evento em 30 de outubro em uma ocupação do MTST em São Bernardo do Campo. “Um show que reuniria 7 mil pessoas em São Bernardo se tornou um grande evento no Largo do Batata. Obrigada.”

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A juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo, havia proibido o evento, sob alegação de questões de segurança e argumentou também que a ocupação já tinha liminar de reintegração de posse confirmada em segunda instância. Após a ocupação da sede da Secretaria Estadual da Habitação, na semana passada, o MTST diz ter obtido do governo estadual a promessa de retomar as discussões sobre o terreno.

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A apresentação durou quase duas horas e foi marcada todo o tempo por palavras de ordem do público, que gritava entre as músicas “fora, Temer”, “fora, Doria” e “povo sem medo”. Vários políticos estiveram presentes na comemoração, incluindo o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), Marcelo Freixo (PSOL) e os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e Samia Bonfim (PSOL).

A atriz Sônia Braga leu um texto lembrando o Dia Internacional dos Direitos Humanos. “O mundo todo comemora hoje os direitos que conquistaram e são garantidos por suas Constituições. E nós vivemos um grande retrocesso, que coloca em risco nossas conquistas. É só ver as leis que aprovaram ou discutiram no último mês, como a reforma trabalhista.”

“Não foi só uma comemoração, uma recordação desses 20 anos, foi uma mensagem do que vamos fazer adiante contra o retrocesso. Esta semana mesmo vamos continuar na luta contra a reforma da Previdência, defendo as famílias da ocupação de São Bernardo”, disse Guilherme Boulos, coordenador do movimento. Apesar disso, ele evitou avançar sobre a questão política para o ano que vem. “2018 será discutido em 2018.”