Aperto

Servidores paranaenses não terão aumento real

O governador Roberto Requião (PMDB) declarou, ontem, que pretende reajustar os salários dos servidores públicos estaduais a partir de 1.º de maio, mas que dificilmente o reajuste representará ganho real para a categoria.

Em reunião com todo seu secretariado no Palácio das Araucárias, o governador defendeu a manutenção do poder de compra dos servidores, que representam mais de 200 mil paranaenses, mas sinalizou que a crise impedirá uma aumento maior que a reposição da inflação.

“Aumento de salários estimula o desenvolvimento econômico, principalmente neste momento de crise. Mesmo com a redução do repasse do governo federal para os municípios e Eestados, o Paraná não vai acatar qualquer sugestão para o cancelamento das correções salariais”, disse Requião.

Para o governador o objetivo, agora, é fazer com que, “mesmo com a crise, nenhum funcionário venha a perder um tostão do que está ganhando hoje”. Requião disse que o governo está estudando qual a possibilidade de reajuste, mas que será complicado conseguir um aumento real para o funcionalismo.

“É difícil porque, embora a arrecadação estadual esteja se mantendo mais ou menos a mesma, os repasses federais já caíram na ordem de 10%. Isso é muito dinheiro”, justificou.

Recentemente, ao estipular o novo salário mínimo regional entre R$ 605,52 e R$ 629,65, o governador foi provocado a conceder o mesmo índice de reajuste, 14,9%, aos servidores.

Uma emenda concedendo esse reajuste foi apresentada pela oposição ao projeto do mínimo na Assembleia Legislativa, mas foi derrubada em plenário, com a promessa de nova discussão na votação do reajuste dos servidores.

Cobrança

A primeira reunião do governador Roberto Requião com sua equipe após o retorno de suas férias na Europa foi de cobrança. O governador reuniu todos seus secretários e dirigentes das estatais ontem, no meio do feriadão, no Palácio das Araucárias, para exigir agilidade no cronograma de obras do estado e na realização de concursos públicos e manutenção dos investimentos. Para isso, Requião pediu que as autarquias cortem gastos desnecessários afim de manter a estabilidade econômica do estado mesmo em período de crise.

A principal preocupação do governador é com as obras na área de saúde. Requião pediu agilidade para a inauguração de hospitais e determinou a realização de concursos públicos para a contratação dos profissionais que vão atuar nas unidades coordenadas pelo Estado. “Todos os hospitais que estamos construindo ou reformando têm de ficar prontos, em funcionamento, este ano”, cobrou.

Além dos hospitais, Requião determinou que a Secretaria do Desenvolvimento Urbano invista os recursos que detém no Fundo de Desenvolvimento Urbano em outras obras, em “projetos que demandem mão de obra, para girar o dinheiro, gerar emprego e salário, acelerar o crescimento, seguindo a política do Paraná de enfrentamento da crise econômica mundial”.

No campo da contenção de despesas, Requião pediu controle mais rígido aos secretários e diretores de empresas e autarquias na liberação de viagens e diárias.

“Nós temos que tomar cuidado com os gastos excessivos com viagens. Os secretários vão ter que autorizar as viagens pessoalmente e justificar para mim cada viagem”, afirmou.

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