Serraglio acha cedo discutir nome do vice

O deputado federal e relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB), desconversou sobre sua possível indicação para ser candidato a vice-governador, ao lado do governador Roberto Requião. O deputado disse ontem, em entrevista coletiva em Curitiba, que seu candidato para o cargo seria o atual vice-governador, Orlando Pessuti, que foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Somente se Pessuti assumir o cargo de conselheiro, Serraglio acha que sua candidatura pode ser pensada. "Eu tenho ouvido que Orlando Pessuti ainda analisa se irá para o Tribunal de Contas. Se ele for para o Tribunal, eu admito que a hipótese possa ser avaliada", disse.

O deputado lembrou que o PMDB estadual vem tendo conversas para uma possível coligação com o PSDB, mas disse também que a tese de candidatura própria começou a se tornar uma opção para o PMDB após a decisão do Supremo Tribunal Federal, de manter a verticalização para as eleições de outubro. Para ele, há uma forte tendência para que haja uma candidatura "pura" do PMDB.

Alguns integrantes do partido citaram na semana passada três nomes de dentro do próprio partido para serem candidatos a vice-governador, os deputados federais Odílio Balbinoti e Osmar Serraglio e o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano Renato Adur. Porém, o presidente do diretório estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, não gostou do ritmo das discussões e disse que não iria receber os manifestos dos prefeitos, propondo nomes para a candidatura a vice-governador, por entender que ainda é muito cedo para fazer a discussão.

Correios

Serraglio não quis também adiantar informações sobre o relatório final, que deverá ser apresentado ao plenário da CPMI na próxima terça-feira, dia 28. O plenário da CPMI é composto de 16 senadores e 16 deputados. O deputado disse que a CPMI tem recebido pressão política e de empresários para que se abrande o relatório. "Mas isso não acontecerá, a comissão não vai acabar em pizza", declarou. A votação do relatório deverá começar no início de abril.

O relator da CPMI afirmou que provavelmente será pedido vistas do relatório e se queira modificar alguns pontos. Porém, segundo Serraglio, como a relatoria é do PMDB, ele só modificará o documento se ficar convencido de que há a necessidade.

Para Serraglio, a CPMI desempenhou importante papel ao intervir em contratos que estavam trazendo prejuízo ou, em médio prazo, trariam ao País. "Conseguimos, por exemplo, sustar contratos superfaturados do Banco do Brasil", disse o deputado. Ele também reafirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será citado. De acordo com Serraglio, está documentado no relatório de que Lula teve conhecimento das irregularidades.

O relatório de mais de 12 mil páginas deverá ser entregue ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União, pedindo o indiciamento dos envolvidos. O documento vai trazer também sugestões para modificar a legislação. "Vamos sugerir que seja aumentada a pena para lavagem de dinheiro, que se aumente o prazo de prescrição de improbidade administrativa, que haja a criação de uma comissão de análise permanente, entre outras medidas", disse Serraglio.

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