Os tucanos e democratas paulistas querem continuar a conversa com o governador Roberto Requião (PMDB), que tiveram anteontem à noite sobre a sucessão estadual e nacional do próximo ano.
Embora peemedebistas tratem as conversas como sigilosas, o governador José Serra e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, teriam marcado um próximo encontro com o governador paranaense para os próximos quinze dias. E desta vez, no Paraná.
O Estado não obteve confirmação da participação do governador paulista na reunião de anteontem, em São Paulo, onde Requião esteve com o ex-governador Claudio Lembo, o prefeito de São Paulo e o ex-governador Orestes Quércia.
A informação sobre a participação de Serra causaria mal estar em amplos setores do PSDB do Paraná, afinados com o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que abriram guerra contra o PMDB e Requião.
A direção estadual do PSDB acha que o PMDB e o governador estão incentivando as denúncias contra Beto, acusado de comprar apoios eleitorais na campanha à reeleição, no ano passado.
Uma das informações que vazaram do encontro de São Paulo foi o argumento que vem sendo apresentado a Requião para que ele aceite um acordo com Serra, que está garimpando apoios do PMDB em todo o País para o seu projeto de candidatura à sucessão presidencial.
O governador paulista ou seus emissários teriam dito a Requião que, enquanto o presidente Lula e o PT oferecem um acordo com o PMDB a partir de um candidato ao governo já escolhido, o senador Osmar Dias (PDT), o PSDB estaria disposto a conversar sobre o nome para a sucessão de Requião. Ou seja, ficaria em aberto a possibilidade de uma indicação do senador Alvaro Dias ao governo.
Publicamente, os peemedebistas não admitem, mas nos bastidores é sabido que uma ala expressiva do PMDB, próxima ao governador, teria preferência pela candidatura do senador tucano ao governo. Alvaro já pertenceu ao PMDB e mantém o diálogo com várias lideranças do partido.
No início da semana, Requião descartou uma composição com o PSDB e preferiu reafirmar a candidatura do vice-governador Orlando Pessuti à sua sucessão. Mas, as versões de alguns peemedebistas próximos ao governador é que se o candidato ao governo fosse o senador Alvaro Dias, o governador do Paraná poderia pensar melhor sobre o assunto.
Em busca
Ontem, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) foi a Campo Grande participar das solenidades dos 30 anos do cooperativismo no Mato Grosso do Sul e manteve encontro reservado com o governador André Puccinelli (PMDB).
De acordo com as agências de notícias, ao desembarcar no Aeroporto Internacional, Serra justificou que o PMDB é um partido aliado ao PSDB em São Paulo.
Puccinelli alegou que a visita do governador paulista atendia ao pedido da senadora tucana Marisa Serrano (MS). Deputados estaduais e federais tanto do PT quanto do PMDB acreditam que a reunião entre os dois governadores deixou claro que o tucano veio buscar apoio de Puccinelli. Serra se limitou a dizer apenas que tem “afinidades políticas e pessoais” com Puccinelli e completou: “Deixa as coisas acontecerem”.