Na corrida pela conquista do eleitor de baixa renda, maior parte do eleitorado e fiel da balança na disputa presidencial, as principais vitrines sociais do governo do tucano José Serra serão encorpadas e servirão de arma na campanha eleitoral deste ano. A ideia no PSDB é usar iniciativas de cunho popular no Estado para neutralizar o discurso social do governo e do PT, principalmente na campanha eleitoral no rádio e na TV.
A contabilidade tucana para este ano prevê a expansão do programa de microcrédito, o anúncio da liberação dos créditos da Nota Fiscal Paulista numa frequência maior, a duplicação dos Ambulatórios Médicos de Especialidades e até a abertura de restaurantes populares em comunidades carentes. Tudo casado com uma maratona de inaugurações, antes do prazo para a desincompatibilização de quem ocupa cargos no Executivo, em 3 de abril.
A ação dos tucanos ocorre no momento em que o governo federal prepara uma série de eventos para relacionar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a projetos sociais. Até abril, a petista terá o nome vinculado, por patrocínio do governo, aos lançamentos do PAC 2, do Plano Nacional de Banda Larga e do projeto de Consolidação das Leis Sociais, que Lula quer deixar como legado na área.
As vitrines tucanas não só municiarão o futuro candidato no debate eleitoral, como devem ilustrar e balizar o programa de governo do partido. Somam-se a elas outras iniciativas de Serra que o PSDB aposta que terão repercussão nacional, como o recente anúncio do novo salário mínimo regional, de R$ 560. Depois de debates internos entre integrantes da equipe econômica de Serra, o governo resolveu mudar o critério de reajuste para conceder neste ano um aumento acima do que estava previsto.