Uma semana depois da conversa entre o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e o senador Osmar Dias, que despertou novamente o interesse do PT em compor uma aliança com o PDT, as articulações continuam em ponto morto.
É o que avalia o senador pedetista que, ontem, estava se preparando para um encontro com o pré-candidato do PSDB à presidência da República, ex-governador José Serra. A reunião estava agendada para a noite, em São Paulo, e foi proposta por Serra, que telefonou ao senador pedetista.
Entretanto, poderia ser adiada para hoje, dependendo da agenda do tucano que estava no Rio Grande do Sul, onde foi tentar buscar o apoio de peemedebistas que se recusam a seguir a orientação nacional do partido para apoiar a ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência da República.
Osmar disse que ainda não tem uma resposta para os tucanos que propuseram a ele a vaga de candidato ao Senado e a indicação do candidato a vice-governador, na chapa encabeçada pelo ex-prefeito de Curitiba Beto Richa.
“Até agora, ainda não conversamos sobre essa proposta com o Serra. Não sentamos para detalhar nada”, disse Osmar, garantindo que é especulação a versão de que o pré-candidato tucano a presidente da República ofereceu o ministério da Agricultura em um eventual governo tucano. “O Serra sempre me liga e conversamos bastante sobre agricultura. Mas ele mesmo já disse publicamente que, antes de prometer ministério, ele tem que ganhar a eleição”, observou o pedetista.
Sem chances
Para Osmar, as possibilidades de um acordo com o PT e o PMDB são a cada dia menores. A conversa que teve com o governador Orlando Pessuti (PMDB) no domingo passado deixou o senador mais cético em relação à possibilidade de ter o palanque que o presidente Lula teria prometido a ele no Paraná, reunindo os partidos da sua base no mesmo palanque.
“O Pessuti me confirmou que é candidato. O PT não alterou sua posição. Eu comecei a propor essa aliança quando o PMDB ainda não tinha candidato e o PP ainda estava livre. Isso tudo mudou”, afirmou.
A pesquisa do Instituto Vox Populi, divulgada no início da semana, não interfere nas decisões, afirmou o senador. “Se fosse me basear em pesquisas, não teria sido candidato em 2006, porque os números mostravam que o Requião iria ganhar no primeiro turno”, afirmou. Para Osmar, pesquisa é como um jogo de futebol.
“Já que o presidente Lula gosta de fazer comparações com futebol, vou fazer também. Uma hora o jogo está empate, mas dez minutos depois, o placar muda. Então, não basta estar bem eleitoralmente. Para fazer uma campanha, tem que ter estrutura e partidos te apoiando. Não dá para entrar no jogo em que o adversário tem onze jogadores e você só oito”, afirmou.