Em visita a Itabuna e Ilhéus, no sul da Bahia, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, voltou a defender a criação do Ministério da Segurança. O presidenciável, acompanhado por lideranças baianas do PSDB e do DEM, participou de três caminhadas nas cidades e ainda parou no centenário Bar Vesúvio – conhecido da obra Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado -, para comer um quibe. “A base do crime, hoje, é o contrabando de armas e o contrabando de drogas, que são investigados pelo governo federal”, avaliou. “Vamos ter uma força nacional de segurança estável, permanente, até um fichário nacional dos criminosos, que ainda não existe.”
Para Serra, a criação de um ministério específico vai servir, também, para monitorar o que os Estados estão fazendo na área. “O governo federal envolvido no assunto vai controlar o que está acontecendo e cobrar dos Estados que não estão trabalhando com seriedade”, afirmou. “Porque, hoje, todo mundo faz o que quer e ninguém cobra.”
A questão da segurança foi, junto com a ampliação da rede de ensino técnico, o único tema de alcance nacional do qual Serra se pronunciou. Mantendo a tática, anunciada pela coordenação de campanha ainda antes da oficialização da candidatura, de falar sobre temas locais durante as viagens, o presidenciável não só enfocou problemas da região visitada, como a crise na produção de cacau e os problemas de infraestrutura, como evitou a todo custo questões que não envolvessem os tópicos. Em determinado momento, quando perguntado sobre temas de campanha, disparou: “hoje à tarde, não vai ter tititi”.
O candidato prometeu resolver o “problema do cacau” em cinco anos. Serra também fez duras críticas ao Aeroporto de Ilhéus e a sua administradora, a Infraero. Esta noite, por causa da chuva, o avião fretado no qual não pode pousar no aeroporto e foi desviado para Comandatuba. “A situação do aeroporto daqui é deplorável, lamentável, não sei para que a Infraero existe”, atacou. “Não tem instrumentos, a pista precisa ser ampliada. É inacreditável, ainda mais em uma região turística como esta. E é algo que poderia ser feito logo, porque é barato.”