O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, negou hoje que tente descolar sua imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mesmo assim, seguiu com a estratégia de evitar comparações entre FHC e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Serra, falar do passado nessas eleições deve ficar restrito ao currículo de cada candidato. “Não procurei me descolar de Fernando Henrique. Fui ministro da Saúde convidado por ele. Eu posso discutir o que eu fiz”, disse o tucano, em entrevista na manhã de hoje à Rádio Bandeirantes AM, em São Paulo.

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“Lula não é candidato, assim como não são os ex-presidentes (Fernando) Collor (atual senador pelo PTB de Alagoas), (José) Sarney (atual presidente do Congresso), Itamar Franco e Fernando Henrique. Discutir quem não é candidato não faz muito sentido”, afirmou. “Não necessariamente o sucessor replica o antecessor, mesmo se tiver sido apoiado por ele. Pode acontecer e pode não acontecer.”

Serra citou como exemplo dessa relação a eleição do ex-prefeito da capital paulista Celso Pitta com apoio do ex-governador Paulo Maluf (atual deputado pelo PP). “Maluf estava bem avaliado e bancou Pitta. Pitta foi diferente de Maluf. Foi outra coisa.” A principal adversária do pré-candidato do PSDB à Presidência, a ex-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff (PT), tem retaguarda de Lula, presidente recordista de popularidade.

Serra seguiu a estratégia de evitar críticas diretas ao presidente. Apontou deficiências no País nas áreas da segurança, da prevenção de tragédias, da infraestrutura e na questão tributária e repetiu o slogan: “O Brasil pode mais”. “Nos últimos 25 anos, o Brasil avançou. Lula também colocou muita coisa por diante. Sou de acordo com ele de que devemos dar os créditos a quem fez. E podemos fazer mais.”

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Nessa linha, o tucano prometeu, mais um vez, que, se eleito, manterá o programa de transferência de renda Bolsa-Família, uma das bandeiras do governo Lula. “Eu vou manter e reforçar o Bolsa-Família porque é uma coisa que funcionou”, afirmou. “O programa juntou bolsas do passado. Uma delas eu criei quando era ministro da Saúde, a bolsa alimentação para mães que amamentam e para crianças pequenas.”

O pré-candidato disse ainda que pretende manter o nível no debate da campanha eleitoral. “Uma coisa é responder ao que dizem a meu respeito. Outra é baixar o nível. Isso não vou fazer.”

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