O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), se contrapôs hoje à intenção da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), de tornar menos ambiciosa a meta de redução de emissão de gases poluentes no País. “Os juros siderais e o câmbio mega hiper valorizado são muito piores para o desenvolvimento do que qualquer medida de defesa do meio ambiente”, afirmou o tucano após evento da Secretaria de Estado da Saúde, na capital paulista.
“Já é uma discussão ultrapassada essa de que cuidado com o meio ambiente e crescimento econômico são incompatíveis”, disse o governador. Serra e Dilma são possíveis adversários nas eleições presidenciais do próximo ano.
Em reunião ontem em Brasília, a ministra se opôs à meta do titular do Meio Ambiente, Carlos Minc, de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia e de congelar as emissões de gás carbônico nos padrões de 2005. Dilma solicitou uma nova projeção, levando em conta um crescimento econômico de 5% a 6% ao ano. O estudo do Ministério do Meio Ambiente prevê crescimento de 4%.
Meta em São Paulo
Serra, por sua vez, sinalizou que deve sancionar a lei estadual que institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas, aprovada ontem na Assembleia Legislativa paulista. O texto estipula meta de redução das emissões de gás carbônico em 20% até 2020, em relação aos níveis de 2005.
“É uma lei importante, pioneira no Brasil e útil de ser levada em conta no momento em que a questão está dentro do debate nacional”, disse. “Aqui em São Paulo, no que depender da gente, estamos fazendo. Acho que o Brasil pode fazer também. É perfeitamente possível.”