O candidato do PSDB à presidência da República, senador José Serra, fará o seu primeiro e único comício de campanha em Curitiba no próximo dia 28, penúltimo sábado antes das eleições. Esta foi a data escolhida pela coordenação estadual da campanha de Serra, que prefere trazer o tucano à cidade numa data próxima à eleição, para levantar também a campanha do candidato ao governo pelo partido, Beto Richa, terceiro colocado nas pesquisas de intenções de votos, mas distante do primeiro e segundo colocados.
Antes de Serra, virá a sua vice, a deputada federal Rita Camata. No calendário fechado pelo deputado federal Basílio Villani, presidente estadual do PSDB e coordenador regional da campanha presidencial tucana , Rita fará um comício sozinha no interior do estado. Ela estará no dia 25, quarta-feira, em Maringá.
A exemplo do candidato do PT, Luis Inácio Lula da Silva, que reuniu cerca de 40 mil pessoas em Curitiba na quarta-feira, dia 11, com um show da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, o candidato tucano também trará um atrativo adicional em sua passagem por Curitiba: Serra vem acompanhado da dupla Chitãozinho e Xororó. O local do comício ainda não está definido.
Villani disse que os sucessivos adiamentos da vinda de Serra a Curitiba tem um motivo estratégico. Segundo Villani, os levantamentos internos do PSDB mostram que o desempenho eleitoral de Serra no estado é superior ao de todos os adversários. “Por uma questão estratégica, a coordenação nacional está priorizando a presença dele nas regiões em que não estamos em vantagem. É o caso do Nordeste, onde o Ciro tem apertado o cerco. O Paraná é o estado onde o Serra está melhor situado no país”, justificou o coordenador estadual.
Quatro vezes
Será a terceira visita de Serra a Curitiba nesta campanha eleitoral e a quarta ao Paraná. Na primeira, o candidato tucano e sua vice fizeram uma caminhada pela rua XV, em Curitiba. Serra reuniu-se também com o governador Jaime Lerner (PFL), que o apóia e formulou a proposta de desenvolvimento urbano para o seu programa de governo. Na mesma semana, Serra participou ainda de um comício em Cascavel junto com Lerner e Beto Richa.
O candidato tucano voltou a Curitiba no dia 8 de agosto. Veio assinar o documento da Coordenação da Pastoral da Criança, comprometendo-se a adotar políticas de combate à exclusão social e visitou o candidato do PMDB ao Senado, Paulo Pimentel. Foi o primeiro e também o único encontro que manteve com o candidato do PMDB ao governo, senador Roberto Requião. Rita pediu o apoio dos peemedebistas à chapa mista PMDB-PSDB para a presidência da República, mas não foi bem sucedida.
Duplas ficam em campos opostos
São Paulo
e Curitiba (AG) – Amigos de longa data, os sertanejos Zezé di Camargo e Luciano e Chitãozinho e Xororó estão desafinados politicamente. Famosos por dividir o mesmo grupo de fãs na música, agora tentam atrair para dois dos principais candidatos à Presidência o eleitor que mais se identifica com eles. Zezé e o irmão Luciano estão na campanha do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Chitãozinho e Xororó encontraram abrigo no ninho do tucano José Serra.Juntas, estimam os assessores, essas duplas reuniram um púbico de quase 200 mil pessoas nos shows que fizeram pelo país com os candidatos. No palco, Chitãozinho e Xororó puxam os aplausos para o tímido Serra e o incentivam a cantar e até dançar. Nos bastidores, a informação é de que recebem mais de R$ 1 milhão de cachê. – Acredito no Serra. Existe, claro, a parte profissional – diz Chitãozinho, em entrevista por e-mail. Xororó está em Madri.
A amizade com o candidato, diz ele, surgiu quando Serra era ainda ministro da Saúde.
– Fomos apresentar projetos que apoiamos, como o hospital do câncer em Barretos. Ele sempre ajudou e apoiou os bons projetos – disse Chitãozinho. Ele afirma conhecer bem o programa de Serra e diz que o candidato tem boas propostas. O cantor, que espera do próximo presidente a aprovação de um projeto contra a pirataria de CDs, garante que não incentiva os fãs a votarem em Serra: – Recebemos vários e-mails de fãs apoiando a nossa participação, mas sabemos que tem muita gente que vai votar em outro candidato.
A relação entre Zezé di Camargo e Luciano e o candidato petista também vai além do contrato profissional. Depois de um jantar na casa da prefeita Marta Suplicy no ano passado, quando Lula, que agradeceu pela música “O meu país”, cedida pela dupla para o uso na campanha, Zezé diz que mudou seus conceitos políticos. – Essa história (da música) é sua também… Um homem do povo, um torneiro mecânico que poderá chegar à Presidência e que está muito perto de acontecer – disse Zezé num show, em Curitiba, quarta-feira.
Naquele jantar, o músico disse ter constatado que Lula é “um homem que tem profundo conhecimento dos problemas sociais deste país”. – Eu fiquei impressionado com o conhecimento do Lula. Aí, nasceu a minha empatia. Ao comparar com outras campanhas que fez apenas por dinheiro, Zezé admitiu que hoje cobra apenas R$ 75 mil por apresentação para Lula, quando este seria apenas o cachê da dupla – fora transporte de equipamentos, passagens aéreas e alimentação para 62 pessoas do conjunto.