O governador de São Paulo, José Serra, evitou hoje a estratégia do confronto com o Palácio do Planalto. Pré-candidato do PSDB à Presidência, Serra não engrossou o coro das críticas à viagem feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Nordeste, na semana

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passada, levando a tiracolo a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

“Eu não vou entrar nessa discussão eleitoral”, disse Serra, após comparecer à cerimônia de posse do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro. “Estou preocupado com assuntos de governo e concentrado no meu trabalho. Na minha situação, não acho oportuno fazer qualquer comentário”, completou.

Serra chegou atrasado à posse de Múcio. Cumprimentou Dilma, sua provável adversária na disputa pela Presidência, e sorriu ao ver Lula fazer-lhe um sinal de positivo com o indicador.

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Na semana passada, Lula ironizou a preocupação dele com o Nordeste. “Eu não sabia que o Serra tinha alguma preocupação com o Nordeste. Mas, se começa a ter um pouquinho, perto das eleições, já é um bom sinal”, afirmou Lula, na quinta-feira passada.

Na prática, ele respondia a um comentário de Serra, que no dia anterior apontara a falta de investimento do governo federal em projetos de irrigação para beneficiar comunidades que vivem “na beirada” do São Francisco.

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Ultimato de Aécio

Sem querer tratar de eleições, Serra também amenizou o ultimato dado pelo governador de Minas, Aécio Neves. Empenhado em oficializar sua candidatura à Presidência pelo PSDB, Aécio quer que o PSDB decida até janeiro de 2010 se o candidato do partido à sucessão de Lula será ele ou Serra.

“Mas qual adiamento?”, devolveu Serra, ao ser questionado por jornalistas. “Adiamento supõe que se tenha um prazo estabelecido e isso não existe”. Disposto a não esticar a conversa sobre cenários para 2010, o governador pôs panos quentes nas divergências. “No PSDB não há problema. Acho que tudo vai caminhar direito, com muita unidade”, insistiu.