O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), esquivou-se hoje de comentar as críticas feitas contra ele pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). “Nenhum comentário”, respondeu aos jornalistas. Ciro afirmou ontem, ao lado do governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), que Serra “trata os adversários como inimigos a serem destruídos”. Serra e Aécio devem disputar a indicação do PSDB para concorrer à Presidência da República em 2010. Apesar de constrangido, o mineiro não defendeu Serra.
A entrevista do governador paulista ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, após a condecoração in memorian do “rei do baião”, o pernambucano Luiz Gonzaga. Serra louvou a contribuição dos nordestinos para a construção do Estado. Questionado sobre sua opinião a respeito de quem na política tentava colocar em oposição São Paulo e Nordeste, Serra respondeu: “É uma ficção. (Isso) só (é falado) em oligarquia política, que não tem o que dizer.” Ontem, Ciro culpou os tucanos paulistas por não deixar “o Brasil acelerar o passo”.
A condecoração póstuma a Luiz Gonzaga abre um ciclo de homenagens com shows de hoje a domingo no Vale do Anhangabaú, no Centro. A medalha da Ordem do Ipiranga foi entregue à irmã do sanfoneiro, Chiquinha Gonzaga. O músico Dominguinhos recebeu uma placa e cantou à capela “Asa Branca”, umas das mais famosas canções de Luiz Gonzaga, em parceria com Humberto Teixeira. O governador, fã do baião, acompanhou a cantoria, longe do microfone. Ao discursar, Serra recitou versos de Luiz Gonzaga: “Há refrões que ficaram célebres, como ‘que mentira, que lorota boa’. Esse é muito bom. Pode ser usado até hoje, muito, na política.”