O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, ao retomar a discussão sobre o aborto, disse hoje que a questão não é ser contra ou a favor. Segundo ele, é uma questão de valores. “O que está em questão agora, nesta campanha, não é ser contra ou a favor. É a mentira. Quem é a favor, de repente, diz que é contra por motivos eleitorais, isso é que está errado. A questão é dizer a verdade”, disse ele, em seu comitê eleitoral na cidade de São Paulo.

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Acompanhado dos tucanos Sérgio Guerra (presidente do PSDB), Geraldo Alckmin (governador eleito de São Paulo), Guilherme Afif Domingos (vice-governador eleito de São Paulo) e Aloysio Nunes Ferreira (senador eleito por São Paulo), Serra negou que tenha colocado o assunto do aborto em sua agenda, ponderando que foi perguntado, várias vezes, sobre a questão pela imprensa. O candidato alegou que sempre respondeu ser contrário ao aborto por motivos de natureza pessoal, crença e valores.

“Eu não tenho duas posições: uma pessoal e outra, eleitoral. Eu não fico mudando de opinião, segundo eu acho que é ‘o vento’ do eleitorado”, afirmou. O candidato acrescentou que respeita a atual legislação que permite o aborto em casos de estupro e risco para a gestante.

O tucano sugeriu ainda que o debate no segundo turno da campanha avance também em outros temas, como educação e saúde. “Acho que a gente deve aproveitar o debate do segundo turno para ajudar a nascer um Brasil com valores claros. Quais são esses valores? A verdade, a honestidade, a solidariedade e a justiça. Esses são valores essenciais, ao lado de questões como saúde, educação e economia”, sugeriu Serra.

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Pressão

Serra negou que venha pressionando o PV de Marina Silva e disse que o PSDB também não ofertou cargos para o partido em troca de apoio no segundo turno. “Me parece impróprio pressionar o partido”, disse ele, ao reforçar que respeita o processo de discussão interna do PV. “Não é de bom tom (pressionar), não é adequado. Eu pessoalmente não estou fazendo nenhum tipo de pressão. Não considero isso legítimo”, afirmou.

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De acordo com o tucano, não é adequado falar em cargos antes do resultado das urnas. “Dá azar falar em ministério sem ganhar a eleição.” Vestido com um suéter verde, o candidato negou que a cor escolhida seja uma insinuação de sua aproximação com o PV. Respondeu que a namorada de Aécio Neves, Letícia Weber, reclamou que ele só usava a cor azul. “Em homenagem à namorado do Aécio, eu coloquei o suéter verde.”