O PSDB já tem a fórmula para não entregar a presidência nacional do partido ao candidato derrotado José Serra nem tampouco forçar a aposentadoria do expoente tucano, deixando-o sem tribuna. Para preservar aquele que arrebanhou 43,7 milhões de votos e valorizar o “racha” do eleitorado pela oposição, Serra deverá assumir a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV) de estudos e pesquisas do PSDB.

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Esta é a alternativa que os tucanos vislumbram para reservar a Serra um espaço confortável na estrutura partidária, que lhe permita agir como oposição tucana e não afronte as resistências à ideia de abrigá-lo na presidência da legenda, como ocorreu depois da eleição de 2002.

O tucanato avalia que a saída tem múltiplas vantagens, a começar por livrar Serra do título de “candidato derrotado”, conferindo-lhe um posto de “presidente” sem aprofundar o racha entre paulistas e mineiros ligados ao senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG).

Além de ser um instituto que fica acima da legenda, o ITV tem a vantagem de ser a única estrutura que tem recursos próprios, pois conta com os repasses legais e obrigatórios do partido. No cargo de presidente, Serra vai gerir um orçamento que este ano beirou os R$ 4 milhões, suficientes para contratar uma pequena equipe de assessores.

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Mais que isso: no ITV, Serra terá mobilidade para viajar pelo País e comandar a tal “refundação do PSDB” sugerida por Aécio, tarefa que também poderá ocupar o presidente de honra Fernando Henrique Cardoso e o ex-presidente da legenda Tasso Jereissati, que não conseguiu se reeleger senador pelo Ceará.