O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse hoje que dispensa qualquer preparação especial antes da entrevista ao vivo que dará ao Jornal Nacional (JN), da TV Globo, amanhã. “O melhor é improviso e naturalidade. Comigo, pelo menos, é assim”, disse, após gravar cenas para a sua campanha na TV em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo. “De improviso é muito melhor. Você é obrigado a falar direto e acabou.”
O tucano disse não ter assistido ontem à entrevista de sua adversária Dilma Rousseff (PT), concedida ao JN. “Eu estava ocupado, esqueci e acabei não vendo.” Serra também não deve conseguir assistir à entrevista de hoje, com a candidata do PV, Marina Silva. “Eu trabalho à noite. Para mim, oito horas (da noite) é hora de trabalho.” Ao ser informado de que os entrevistadores do JN, William Bonner e Fátima Bernardes, foram incisivos com Dilma, Serra demonstrou tranquilidade. “O primeiro cargo que eu tive em um governo foi em 1983. Agora, são 27 anos de vida pública. Nunca apareceu nada contra mim, exceto falarem do meu humor.”
Serra demonstrou desenvoltura para falar de improviso ao gravar hoje imagens para a sua campanha. O candidato fez uma primeira visita ao local, à tarde, e concedeu entrevista à imprensa na porta da clínica. Alguns minutos depois, quando jornalistas e cabos eleitorais haviam ido embora, Serra voltou ao local para a gravação. As assessoras de imprensa que o acompanhavam tiveram dois ou três reparos na fala do candidato, que, sem ensaiar, entrevistou um paciente da clínica e falou sobre seus projetos para o combate às drogas em um eventual governo.
A unidade médica funciona junto ao Hospital Lacan e é uma Organização Social (OS) mantida pelo governo de São Paulo. Ela foi inaugurada por Serra quando era governador do Estado.