O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, aumentou o assédio ao PMDB do Rio Grande do Sul hoje, um dia antes de o partido definir qual a posição que vai tomar no segundo turno da eleição. Em meio a diversas agendas públicas, o tucano visitou o candidato derrotado ao governo do Estado, José Fogaça (PMDB), mas não saiu com a declaração de apoio. Comemorou, no entanto, a adesão em bloco do PP, que, ao mesmo tempo, estava com seu diretório reunido e optou por manter a posição do primeiro turno, quando já estava no bloco de Serra.

continua após a publicidade

A posição de Fogaça reflete a postura do PMDB gaúcho, que passou todo o primeiro turno dividido. A tendência da reunião do diretório é de recomendar apoio ao presidenciável tucano, mas deixando os filiados liberados para optarem por outro caminho segundo suas convicções e acordos regionais.

A maioria dos deputados estaduais e federais do partido está com Serra desde o primeiro turno. Muitos prefeitos, que dizem ser a maioria, estão com Dilma. Já o deputado federal Osmar Terra, um dos mais entusiasmados apoiadores do tucano, diz que se somada a força dos parlamentares e dos prefeitos dos maiores municípios a maioria do PMDB vai trabalhar pela eleição de Serra.

O deputado federal Ibsen Pinheiro admite que o partido irá até o fim dividido, mas acredita que com maioria a favor de Serra. O próprio candidato afirmou ter “a sensação” de que receberá apoio da grande maioria dos integrantes do PMDB gaúcho no segundo turno.

continua após a publicidade

Ao sair da reunião com Fogaça, Serra disse que fez uma visita de amigo. “Claro que eu gostaria de ter o maior número de apoios principalmente entre meus amigos”, admitiu, em meio a elogios à atuação parlamentar de Fogaça quando senador. Também se negou a dizer se o ex-prefeito de Porto Alegre poderá contribuir com um eventual governo tucano. “Estamos batalhando, espero ganhar (a eleição), mas só falo de governo se ganhar”, esquivou-se. Depois de se despedir de Serra, Fogaça disse aos repórteres que não falará no assunto até o partido tomar a decisão.

Na eleição para o governo do Rio Grande do Sul, encerrada no primeiro turno, Tarso Genro (PT) fez 3,4 milhões de votos (54,3%), enquanto Fogaça obteve 1,5 milhão (24,7%) e Yeda Crusius (PSDB), 1,1 milhão de votos (18,4%). Na eleição presidencial, Serra obteve 2,6 milhões de votos dos gaúchos (40,6%), ficando atrás de Dilma Rousseff, que conquistou 3,06 milhões de votos (46,9%) e à frente de Marina Silva, com 725 mil votos (11,3%).

continua após a publicidade

Em sua passagem por Porto Alegre, o candidato tucano reuniu-se com os líderes do Movimento Suprapartidário Gaúchos com Serra, formado por simpatizantes do PSDB, do PPS e do PHS, em bloco, e por alas do PMDB, do PP, do PTB e do DEM, no centro da cidade. Depois, cercado por 200 apoiadores, caminhou pelas ruas centrais da capital gaúcha cumprimentando eleitores.