O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, disse ontem que sua escolha por começar oficialmente a campanha em Curitiba não tem nenhuma relação com o desconvite para que o senador paranaense Alvaro Dias (PSDB) fosse seu vice. “Não tem nada a ver. Já viria para cá de qualquer maneira. Até porque você sabe que Curitiba é uma média nacional. Quando alguém quer fazer qualquer lançamento, vem a Curitiba”, disse o candidato, que, em entrevista após caminhada pela Boca Maldita, alegou ter optado pelo Paraná por ter grandes aliados aqui e por julgar o Estado “cada vez mais importante para o Brasil”. Em Curitiba, José Serra caminhou pela Boca, visitou obras no Parolin, participou de um evento sobre Assistência Social, e conheceu a Pastoral da Criança.
O candidato confirmou que ele mesmo fez a escolha do nome de Alvaro (que não compareceu à caminhada em Curitiba) para seu vice e que ainda conta com o senador paranaense na sua campanha. “O Alvaro merece todo respeito, é um grande parlamentar e num primeiro momento foi a minha escolha, que o arranjo político acabou não permitindo. Foi uma pena, mas ele continuará tendo um papel muito importante nas ruas e na tribuna”.
Serra lamentou o insucesso da aliança com Osmar Dias (PDT), com cujo apoio contava para eleger-se presidente, mas minimizou os efeitos negativos da candidatura do pedetista ao governo para sua campanha. “Trabalhei muito para fazer a união de todos no Paraná, mas infelizmente não foi possível e não nos cabe, agora, fazer juízo de valor. E não era porque queríamos ganhar mais fácil, é porque sempre estivemos juntos e queria manter a união. Mas, agora, da forma como ficou o quadro aqui, com essa chapa que conseguimos montar, ficou extraordinário. Virei muitas vezes ao Paraná, pois venho descansado. Fazer campanha aqui é uma moleza, pois me recebem como se eu fosse paranaense”, declarou.
Subindo o tom
Durante a passagem por Curitiba, Serra provocou sua adversária Dilma Rousseff, dizendo não ser “ventríloquo de marqueteiro” e criticando a falta de debate. “Não houve nenhum debate até agora, nem indireto. Parece que a candidata Dilma não sabe porque quer ser presidente. Está se chegando a um exagero em matéria de omissão, de não comparação. Isso não é bom. A gente pode fazer bons debates, ou, pelo menos, responder às mesmas perguntas”, disse Serra, que ainda criticou a alteração no programa de governo do PT, que tirou questões polêmicas do “que foi aprovado no congresso partidário, que é a essência do que pensa o partido e que queria facilitar a invasão de terra e controlar a imprensa, por exemplo”.
O tucano, que assinou uma carta compromisso de que manterá o Bolsa Família, disse que priorizará saúde, segurança e ação social em seu governo. “Vou criar o Ministério da Segurança Pública, vou implantar o Mãe Brasileira, nos moldes do Mãe Curitibana e vou criar o Sistema Único de Assistência Social, como o SUS”, disse.