Serra aposta na transferência de votos

A mobilização dos governadores vitoriosos no primeiro turno nos dez maiores colégios eleitorais do País aponta um potencial de transferência de votos extremamente favorável para o tucano José Serra no segundo turno. Na comparação dos votos que recebeu na disputa presidencial com os obtidos por esses governadores aliados vitoriosos, o candidato do PSDB poderá herdar cerca de 6 milhões de votos. A larga maioria desse potencial de transferência se concentra em Minas Gerais e São Paulo.

No caso da petista Dilma Rousseff, o potencial de transferência de votos é mais modesto, mas não pode ser desprezado. Se conseguir captar a ajuda dos governadores eleitos alinhados com sua campanha, a petista poderá faturar mais 1,8 milhão de votos, especialmente no Rio de Janeiro e em Pernambuco. Rio Grande do Sul também pode ajudar na transferência, através do governador eleito Tarso Genro. O ex-ministro da Justiça conseguiu uma vitória com 400 mil votos a mais do total alcançado por Dilma entre os eleitores gaúchos.

O problema é que os principais colégios eleitorais já definiram suas disputas no primeiro turno. Dos dez Estados que concentram mais eleitores do País, apenas o Pará terá confronto no segundo turno. Isso obriga o governador eleito a ter realmente disposição para operar politicamente nessa fase da campanha para que a transferência se concretize, já que não precisa mais colar sua própria campanha com a do candidato presidencial.

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